Saiba como a ESA pretende construir uma aldeia na Lua

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 28/11/2016
Ilustração/Science Photo Library

Com o orçamento anual de €4,4 bilhões, a Agência Espacial Europeia (ESA) tem um projeto ambicioso: construir uma base permanente na Lua. E é no Centro Europeu de Astronautas em Colonia, na Alemanha, que são dados os primeiros passos nessa direção.Em 1959, os russos conseguiram fazer pousar uma nave não tripulada na Lua; dez anos mais tarde, os americanos passearam na sua superfície do satélite natural da Terra.

Atualmente, o plano é ficar. “O objetivo é construir uma base permanente na Lua. Uma estrutura aberta à participação de diferentes países”, explica Jan Wörner, diretor geral da ESA.  Para viabilizar a ideia, foi criado um projeto global à semelhança da Estação Espacial Internacional. Conforme Woerner, há boas razões científicas para se voltar à Lua, e também seria possível usá-la como um trampolim para uma exploração mais ampla do Sistema Solar.

Pequena aldeia/inúmeros recursos
O Centro Europeu de Astronautas em Colonia organizou um workshop específico sobre como erguer uma espécie de pequena aldeia sobre a superfície lunar. A presença de certos metais, minerais e de água gelada pode representar uma contribuição valiosa. 

Recursos
Conforme Bernard Foing, diretor do Grupo Internacional de Exploração Lunar, “a Lua tem imensos recursos. Encontramos gelo nos polos, encontramos áreas que estão quase constantemente expostas ao Sol. São zonas que nos podem fornecer recursos para utilizarmos na construção ou na manutenção da vida dos astronautas na base lunar.”

Foto por Reprodução

Riscos e robô
Uma estação permanente estaria sujeita a diversos riscos: radiações ultravioleta e eletromagnéticas, impacto de micrometeoritos, temperaturas extremas. Aidan Cowley, da ESA, estuda formas de utilizar o solo lunar para construir cúpulas protetoras. “Nós achamos que é possível usá-lo em impressoras 3D para a edificação. A ideia é colocar um robô na superfície lunar para instalar uma estrutura insuflável e depois construir à sua volta uma cúpula que possa proteger os astronautas no interior. Colocam-se camadas de partículas que vamos compactando e repetimos o processo até obtermos o tipo de estrutura pretendido”, detalha Aidan Cowley.

Experiências na Alemanha
Como não é fácil testar estas ideias na Lua, os cientistas realizam experiências preliminares em terrenos rochosos como aquele que existe no parque vulcânico Eifel, perto de Colonia. “Temos uma série de instrumentos para analisar a composição das rochas. Pretendemos comprovar o funcionamento destes instrumentos através do estudo de rochas vulcânicas muito idênticas às que se encontram na Lua ou em Marte”, diz Bernard Foing.

Foto por Reprodução

Minerais na mira
Um dos pesquisadores desempenha o papel de astronauta é orientado à distância pelo resto da equipe. O objetivo é testar a interação possível entre o astronauta e a base lunar. Outro é avaliar o alcance do espectrômetro na detecção de minerais passíveis de serem utilizados na construção da estação ou nos sistemas de suporte.

Conjunto de tecnologias
O conceito da aldeia lunar representa uma forte afirmação na trajetória da Agência Espacial Europeia. No entanto, toda a tecnologia para o concretizar pode estar ainda a décadas de distância. O astronauta Andreas Mogensen considera que se tem “de dar início a um novo ciclo de desenvolvimento, começando pelos foguetões que nos colocam em órbita e que nos vão permitir pousar na Lua. Depois há a base em si. Temos de desenvolver todo um conjunto de tecnologias,”, ressalta o astronauta.

Atualmente, no entanto o projeto de aldeia lunar é apenas uma proposta. Por enquanto, nenhuma nação ou agência investiu dinheiro na ideia ou sequer mapeou seu conceito em detalhes.

Com informações do portal euronews.com