Após pesquisa realizada durante seis anos, médicos da Canadá surpreenderam a comunidade científica internacional ao anunciar a que o uso drogas psicodélicas (LSD, a Psilocibina - encontrada em certo tipo de cogumelo e outras substâncias) pode auxiliar na reabilitação de criminosos recorrentes em violência doméstica, reduzindo os níveis deste tipo de perturbação mental.
Conforme os pesquisadores, esta violência é uma das principais causas de homicídios não premeditados em quase todo o mundo e, segundo um artigo dos médicos canadenses publicado no Journal of Psychopharmacology, ministrar drogas psicodélicas pode diminuir a frequência de crimes deste tipo entre pessoas que têm problemas com alcoolismo e autocontrole.
O chefe da equipe de pesquisadores, Zach Walsh, da Universidade da Colômbia britânica em Vancouver (Canadá) afirmou ao Journal of Psychopharmacology : "A nossa pesquisa aponta que, diferente da noção fundamental sobre o dano provocado por este tipo de drogas, elas na realidade podem auxiliar a minimizar os danos à sociedade e à saúde em geral. A violência em relação ao parceiro conjugal é um dos problemas principais para nós hoje, e os métodos existentes para eliminar estas tendências não funcionam. Por isso achamos que continuar a pesquisa é extremamente importante para nós."
OBSERVAÇÃO DE 300 CRIMINOSOS EM SEIS ANOS
Walsh chegou a estas conclusões surpreendentes junto com seus colegas pesquisadores sobre as drogas psicodélicas durante a observação de 300 criminosos em prisões americanas, presos por violência doméstica ou agressões a outras pessoas.O monitoramento dos comportamentos foi realizado durante seis anos e ficou evidenciado para os pesquisadores que um dos fatores muito importantes na história de reabilitação e ausência de reincidências foi o uso de LSD, uma das mais potentes substâncias alucinógenas conhecidas, além de outras substâncias psicodélicas.
De acordo com os pesquisadores, os criminosos que não usaram tal tipo de drogas retornaram à prisão após 5-6 anos em 41% dos casos. Por outro lado, os ex-presidiários que pelo menos uma vez na vida usaram LSD ou outras drogas psicodélicas só se tornaram recidivistas em 26% dos casos, e aqueles que as passaram a usar constantemente – só em 13% das situações.
CONTROVÉRSIA
O anúncio dos pesquisadores canadenses, no entanto, gerou muita controvérsias entre a própria comunidade científica internacional, psiquiatras, psicólogos e especialistas em Segurança Pública.