Pesquisa aponta que inverno não ‘assusta’ o Aedes aegypti 

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 12/05/2016
​Um projeto realizado no campus de Apucarana (norte do Paraná) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) tem produzido novas informações para o combate ao mosquito Aedes aegypti - Foto: Sérgio Rodrigo

Um projeto realizado no campus de Apucarana (norte do Paraná) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) tem produzido novas informações para o combate ao mosquito Aedes aegypti. A pesquisa, coordenada pelo professor Halison Golias, coleta informações sobre o comportamento do inseto transmissor da dengue, zika e chikungunya, utilizando armadilhas simples, formadas apenas por um pote com água e um pedaço de madeira.

O projeto também envolve orientação a alunos e funcionários da instituição, e também à comunidade.O professor Halison explica que a pesquisa foi iniciada há cerca de três anos e hoje conta com 80 armadilhas, espalhadas por todo o campus.

“Nós tomamos como base algumas pesquisas já feitas sobre o Aedes aegypti e, a partir delas, desenvolvemos a nossa própria. As armadilhas foram colocadas tanto em espaços internos como externos, já que o mosquito gosta de espaços urbanos e dificilmente é encontrado na mata”.

O pote da armadilha é preto, propício para o mosquito. Dentro da água há também uma substância de cheiro forte, utilizada para atrair o inseto, que deposita os ovos no pedaço de madeira. As armadilhas são recolhidas periodicamente para análise. 

COMPORTAMENTO DO MOSQUITO

“Conseguimos mapear todo o campus e saber onde há mais incidência do Aedes aegypti. Observando dados como altura das armadilhas, temperatura, incidência de vento e outras variáveis, conseguimos entender como o mosquito se comporta”, afirma Halison.

Segundo o pesquisador, um dos resultados mais importantes alcançados pela pesquisa até agora é sobre o comportamento do mosquito no inverno. “No início da pesquisa, quase não encontrávamos ovos do mosquito no inverno, apenas no verão. Atualmente, a incidência é a mesma em todos os meses do ano, indicando que o mosquito se adaptou ao clima da região e a temperaturas mais baixas”, conta.

O projeto conta ainda com a participação outras 22 pessoas, entre alunos, professores e funcionários da instituição. Além da parte de pesquisa em laboratório, há também a parte de orientação. Na tarde de ontem, uma palestra foi dada para funcionários da limpeza e manutenção. Também foi realizada uma exposição para frequentadores do campus.