Nesta sexta (18), o Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MPPR), cumpriu dois mandados de prisão preventiva em Arapongas, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Arapongas. Durante a operação, foram presos o presidente da Câmara Municipal, Osvaldo Alves dos Santos, o Osvaldinho (PSC), e um contador, ambos investigados por lavagem de dinheiro de origem ilegal.
Após constatar a existência de 257 pontos de jogo do bicho na cidade, a Polícia Civil começou as investigações. Do total arrecadado nos pontos de jogos, 80% seria destinado ao vereador. Conforme as investigações, parte da lavagem do dinheiro era feita por meio da simulação de venda de sementes de capim para empresas de fachada do ramo agropastoril, criadas pelo contador investigado em nome de “laranjas”.
Conforme o Gaeco, o valor das transações chegaria a R$ 3.077,467,14. “Depois da primeira fase da operação, nós continuamos a investigação para recuperar quantias que haviam sido acrescidas ao patrimônio do vereador de maneira ilícita, quando foi constatado que ele teria continuado à frente do esquema do ‘jogo do bicho’ em Arapongas. Desta forma, nós requeremos a decretação da prisão preventiva e os argumentos convenceram a juíza”, explica o promotor do Gaeco, Jorge Fernando Barreto da Costa, responsável pela operação.
A pedido do Gaeco, no dia 18 de dezembro, em etapas anteriores das investigações, a partir de medidas cautelares deferidas pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Arapongas, foram apreendidos diversos objetos vinculados à conduta criminosa, como máquinas, bobinas de cartões, talões, planilhas, extratos bancários, além de mais de R$ 500 mil em espécie na residência de um dos investigados.
Na continuidade do processo, foram realizadas em novembro novas buscas, quando foi feita a apreensão de documentos na residência e no escritório do contador, material que revelou uma ampla rede de empresas de fachada para fins ilícitos, inclusive com utilização de documentos falsos. Também foram apreendidos valores em contas-correntes de titularidade dos investigados, dois imóveis localizados em Balneário Camboriú e três veículos de luxo.
A defesa do vereador emitiu em nota que as diligências sobre o caso se encerraram, pois a denúncia foi oferecida no dia 9 de dezembro. O advogado Marcos Prochet afirmou que Osvaldo dos Santos jamais inferiu nas investigações e sempre colaborou com a Justiça. Segundo o advogado, a prisão é manifestamente ilegal e arbitrária. A defesa afirmou ainda que já está entrando com recurso para o relaxamento da prisão.