Os principais alvos da Operação Simulação, deflagrada nesta terça-feira (21) contra crimes de descaminho e lavagem de dinheiro, são de Arapongas, no norte do Paraná. A informação foi confirmada pela Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão em oito endereços da cidade. Mandados também foram cumpridos em Londrina (4), Maringá (1) e São José do Rio Preto (1), municípios onde residem outras pessoas suspeitas de transacionar a compra ou transporte de mercadorias descaminhadas e também de atuarem como laranjas para movimentação de contas bancárias e compra de bens.
Durante a ação foram apreendidas mercadorias como vinhos e equipamentos eletrônicos de origem estrangeira. Conforme a PF, o grupo é investigado por importar e comercializar essas mercadorias sem o recolhimento dos tributos devidos, além de ocultar os recursos financeiros obtidos ilicitamente com essa prática criminosa, inclusive utilizando pessoas físicas e jurídicas para a lavagem do dinheiro.
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“Foi apreendida grande quantidade de mercadorias em Arapongas. Embora os investigados usassem um pátio em Londrina para movimentação dessas mercadorias, fazendo o transbordo via ônibus para São Paulo e outras cidades”, informa o delegado da Polícia Federal, Joel Ciccotti.
O grupo estaria utilizando empresas de transporte rodoviário para promover a internalização dos produtos no país e também adotava manobras para eliminar ou reduzir as consequências de eventuais fiscalizações, especialmente a utilização de “laranjas de cotas”, ou seja, pessoas que viajariam até a região de fronteira apenas para assumir a propriedade de mercadorias eventualmente apreendidas. Essa simulação foi o que ensejou o nome da operação policial, conforme os agentes.
Ainda segundo a PF, a importação ilícita de mercadorias causa um enorme impacto econômico para o Erário e, também, para as empresas formalmente legalizadas que recolhem seus tributos, na medida em que sofrem com a concorrência desleal praticada por aquelas que atuam de forma fraudulenta na obtenção e venda de produtos. Paralelamente, há também um inegável impacto social, pois, as organizações criminosas exploram as pessoas e as utilizam como meio de transporte de produtos do crime ou para lavar o dinheiro obtido ilicitamente.
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas, somadas, podem chegar a dezoito anos de prisão.