O Programa Fantástico da Rede Globo trouxe na edição deste domingo (06), informações do esquema que movimentou R$ 50 milhões para instalação de 4 eixos em caminhões – o que além de irregular, oferece alto risco de acidentes nas estradas. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), reforçou na reportagem que o trânsito de caminhões com o quarto eixo de pneus, trata-se de infração grave com a possibilidade de multa e apreensão do veículo.
Foi mostrado o passo a passo da fraude para colocação do quarto eixo que envolveu desde oficina mecânica até liberação com a vistoria dos veículos.
O assunto veio a tona no mês de novembro com o trabalho investigativo feito pela Polícia Civil de São Paulo com apoio do Ministério Público (MP), que deflagrou a Operação Transformers. Na data, foram cumpridos sete mandados de prisões preventivas e 33 mandados de buscas em residências e endereços comerciais de investigados, com a participação de 113 policiais civis, sendo 93 operacionais e 20 Delegados de Polícia e 2 Promotores de Justiça. Uma mulher foi presa em Arapongas, como envolvida no esquema com a empresa Inspeção Paraná, que tinha o credenciamento do Inmetro para operar.
As diligências apuraram a atuação de organização criminosa e seus membros em fraudes consistentes na instalação de 4º eixo em semirreboques. O objetivo da alteração no caminhão é conseguir maior capacidade de carga para transporte.
O MP denunciou 20 pessoas, além de prisões de 5 funcionários do Detran - SP. Todos são investigados por permitir através de documentações ilegais o trânsito desse tipo de veículo modificado. Ao Fantástico, o órgão disse que faz uma auditoria sobre o caso.
Um dos advogados de defesa dos acusados, disse que seu cliente apenas orientava outros motoristas sobre como proceder para a transformação e que ainda prestava trabalho 'social' para auxiliar os interessados. Outros, ponderaram que os clientes não tiveram qualquer envolvimento com o esquema.
Por sua vez, segundo a matéria veiculada pelo programa, o dono da empresa negou irregularidades e disse que os laudos ocorreram dentro das normas e ainda disponibilizou imagens para tentar provar que nada era feito escondido das autoridades.
O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), informou em nota que foi suspenso o contrato com a empresa Inspeção Paraná - envolvida na operação.
Em novembro, a Polícia Civil do Paraná cumpriu medidas cautelares de prisões, buscas e sequestros de bens em Adamantina, Regente Feijó, Irapuru, Pacaembu, Ourinhos, Santa Cruz do Rio Pardo, Campinas, Hortolândia, São Paulo, Itatiba, Mairiporã, Franco da Rocha e Arapongas-PR.
Em Arapongas, a Polícia Civil informou na manhã desta segunda-feira (07), que não há novidades sobre o caso.
Da redação