O ex-delegado da 22ª Subdivisão Policial (SDP) de Arapongas - preso nesta segunda-feira (16) em operação de combate à exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro em - teria fornecido informações sigilosas aos responsáveis pelo jogo do bicho, favorecendo o esquema criminoso. A informação foi confirmada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que cumpriu mandado de prisão contra o policial, com apoio da Corregedoria da Polícia Civil.
De acordo com o coordenador do Gaeco, promotor Jorge Barreto da Costa, há indícios de que o delegado informou os responsáveis pelo jogo do bicho sobre operações e investigações acerca da prática do crime de jogos de azar que estavam em andamento na época. Na semana passada, o Gaeco cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-delegado e constatou que ele teria ocultado provas e retirado diversos elementos probatórios do apartamento em que residia em Arapongas. Parte do material teria sido depositada em um veículo deixado em uma oficina mecânica na mesma cidade, sendo posteriormente localizado e apreendido.
Para ocultar as provas, o ex-delegado teria contado com o auxílio de sua esposa e do sócio. Contra eles, a justiça também determinou a imposição de medida cautelar proibindo-os de manterem contato entre si e com os demais investigados e testemunhas.
“As provas ocultadas podem conter informações do tempo que perdurou o esquema de recebimento de vantagens e o que o ex-delegado fez para proteger ou beneficiar esquema de jogos de azar”, explica o promotor.
Além da casa do ex-delegado, o Gaeco também cumpriu mandado de busca em um escritório de advocacia mantido em sociedade entre os dois policiais. Buscas também foram feitas na casa do policial aposentado.
INVESTIGAÇÃO
A investigação, iniciada em 2018, apura o funcionamento de um possível esquema de corrupção de policiais na 22ª SDP de Arapongas que supostamente receberiam propinas mensais para não atuarem no combate ao jogo do bicho na cidade. Em sua comunicação, o grupo denominava a propina como “costuras, blusas ou encomendas”, e o bicheiro era chamado de “costureira”. Além disso, os policiais investigados teriam fornecido informações sigilosas para o grupo criminoso.
Segundo o promotor, em 2020 foram apreendidos celulares de agentes públicos, apontados na primeira fase da operação. Diálogos nas conversas indicaram que o delegado tinha conhecimento dos esquemas criminosos e que recebia valores para permitir a prática. .