Cliente chama dona de restaurante de 'chimpanzé' e joga lanches no chão; ASSISTA

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 10/12/2020
Cliente chama dona de restaurante de 'chimpanzé' e joga lanches no chão; ASSISTA

A proprietária de um restaurante em Arapongas, no norte do Paraná, procura por Justiça após ser vítima de injúria racial enquanto trabalhava. Ela alega que uma cliente a chamou de 'chimpanzé' durante uma discussão no estabelecimento. 

Débora Caroline Rocha da Silva tem 27 anos e se diz muito abalada com tudo que aconteceu. Ela contou que na terça-feira (8), por volta das 20h25, a filha da cliente foi até o estabelecimento e pediu dois lanches. “Eu disse que o tempo para ficar pronto era de 15 minutos, porque nosso movimento não estava tão grande naquele momento. Ela voltou para buscar o lanche às 21h35, mais de uma hora depois, e eu expliquei que devido à demora, a batata frita já não estaria quente e o lanche também poderia estar frio. Ela saiu e minutos depois, a mãe dela ligou no nosso telefone. Ela estava bastante nervosa. Nós discutimos, eu desliguei o telefone e logo depois ela foi pessoalmente até o restaurante”, lembra Débora. 

As duas discutiram e então a cliente teria cometido injúria racial. “Ela foi lá tirar satisfação. Colocou o pacote dos lanches na mesa, esfarelou uma batata com a mão... Eu tentei explicar que não era nossa culpa, que era a questão do tempo, mas ela começou a me humilhar, me chamar de nojenta, entre outras palavras, e eu tentei manter a calma a todo momento. Ela pediu o dinheiro de volta e, quando fui devolver, ela continuou me humilhando. Meu sangue esquentou e eu joguei o dinheiro nela”, conta.

Ainda de acordo com Débora, depois disso, a cliente ficou mais alterada, jogou os lanches no chão e cometeu a injuria. “Ela rasgou os lanches no meio do salão, na frente dos meus outros clientes, começou a me rebaixar e então me chamou de chimpanzé. Os clientes escutaram, tenho testemunhas”. 

Uma pessoa que estava no restaurante filmou toda a situação. Assista:

A Polícia Militar (PM) foi chamada, mas quando a equipe chegou, a mulher já tinha deixado o restaurante. Débora foi até a delegacia de Arapongas e prestou queixa.

“Quando liguei para a PM, ela disse: 'pode ligar. Está vendo meu carro? Eu tenho dinheiro, não vou ser presa' e saiu. Algumas pessoas anotaram a placa do veículo e repassamos para os policiais. Eu já fui também na Polícia Civil e vou até o fim. Não posso aceitar algo assim. Não podemos nos calar. Espero que a Justiça seja feita. Situações como essa não podem ficar impunes”, ressalta.

Débora é alagoana. Ela mora na cidade do Paraná há quatro anos e, há um ano, está à frente do restaurante com o marido. Ela disse que já foi vítima de xenofobia logo que chegou a Arapongas, por conta de sua origem nordestina. Mas nunca tinha passado por injúria racial. “Já escutei muitas piadas de mal gosto por eu ser alagoana, mas nunca tinha passado por uma humilhação tão grande. Eu tremia, fiquei em choque. Estou muito triste. Mas agradeço o carinho das pessoas, que estão me colocando pra cima e que me ajudaram a anotar a placa do veículo”, diz.

A Polícia Civil informou que investiga o caso. A mulher suspeita de injuria racial já foi identificada e será intimada.

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