Nesta quinta-feira (17), às 14h, no Auditório da Prefeitura de Arapongas, 23 pequenos produtores de alimentos da cidade receberão os certificados de participação no projeto piloto Sustentabilidade e Desenvolvimento Rural.
O projeto tem como objetivo aplicar inovações e novas tecnologias para promover o aumento da produção e a transição da produção agrícola convencional para a orgânica, com foco no atendimento das demandas do futura Sacolão Municipal de Arapongas e contrato da merenda escolar.
Divididos em grupos, os 23 agricultores familiares foram assistidos, ao longo de todo o ano de 2021, por técnicos capacitados em novos conceitos de gerenciamento da produção, voltados para o desenvolvimento mais sustentável, especialmente para a ampliação e transformação das propriedades em agricultura 100% orgânica. As ações foram direcionadas para a busca da viabilidade econômica da atividade em equilíbrio com os aspectos sociais e ambientais, para garantir a sustentabilidade do processo.
A diretora de Agricultura e Desenvolvimento Sustentável de Arapongas, Vicky Vergara, explica que a migração da agricultura convencional para a orgânica ocorre de forma gradativa e traz inúmeros benefícios para a saúde de quem cultiva e de quem consome os alimentos. “Para os produtores, ainda tem a vantagem financeira, pois eles reduzem os gastos com insumos químicos e conseguem vender as frutas, hortaliças, legumes e verduras a preços melhores no mercado”, aponta.
Segundo Vicky, todos os agricultores participantes do projeto são fornecedores da merenda escolar e a adesão a tecnologias alternativas de produção também tem o objetivo de promover a adaptação deles para que se adequem às novas regras para a oferta da merenda escolar, que até 2030, deverá ser produzida 100% com alimentos orgânicos nas escolas das redes municipais e estaduais do Paraná.
O próximo passo, após a transição completa da produção, é buscar o selo de certificação de produtos orgânicos. A consultora do Sebrae Paraná, Cinara Tozatti, afirma que o projeto, que teve 70% do valor subsidiado pelo Sebraetec e os outros 30% pela Prefeitura de Arapongas, ofereceu capacitações individualizadas, para análise do solo e água, proteção natural e emprego de tecnologias na produção, e também contou com visitas em grupo, para que os produtores conhecessem as outras propriedades e trocassem experiências. “A ideia foi também incentivar esses pequenos agricultores a trabalharem com produtos diferenciados para alcançar mais mercado e melhorar a renda”, completa.
O produtor rural João Machado conta que levou três anos para fazer a transição completa da produção convencional para a orgânica. A participação no projeto, em 2021, o ajudou na conquista da certificação. “Hoje, tenho uma área de 11 mil metros de produtos certificados, entre hortaliças e legumes”, comemora. A principal vantagem, segundo ele, é poder vender os orgânicos a preços melhores e para compradores certos. Agora, o objetivo é comprar novos maquinários e ampliar a produção.
O agricultor Wagner Antonio Borges Ferreira também já produzia orgânicos, mas a capacitação foi importante para adequar as técnicas e se preparar para a conquista da certificação. “Eu tenho muito problema com veneno. Aqui, na área da minha propriedade, 90% da produção é de soja convencional”, conta. Além dos benefícios para a própria saúde, Ferreira diz que os clientes valorizam mais os orgânicos que ele comercializa em um ponto dentro da propriedade. Com o selo, ele almeja ampliar mercado.
A ação foi conduzida pela Prefeitura de Arapongas, através das Secretarias de Agricultura, Serviços Públicos e Meio Ambiente e Segurança Alimentar e Nutricional, em parceira com o Sebrae Paraná.
Fonte: Prefeitura Municipal de Arapongas.