Antiguidades de porta em porta, em toda região. Esse é o projeto do historiador de Arapongas, no norte do Paraná, Gean Carlo. Aficionado por peças antigas e com um acervo com milhares de peças ele está desenvolvendo um antiquário móvel dentro de um ônibus adaptado, que poderá se deslocar para pontos estratégicos realizando o comércio de diversos itens históricos, colecionáveis e até mesmo de utilidade doméstica. Veja a reportagem em vídeo abaixo.
Segundo Gean, a premissa para o desenvolvimento do projeto está relacionada com um desejo pessoal de contribuir com a preservação da história, ao qual os objetos colecionáveis armazenam. A ideia não é apenas comprar, vender e trocar objetos, mas orientar as pessoas sobre a melhor forma de manter, organizar e preservas os itens, bem como a história que eles carregam.
LEIA MAIS - Com personalidade própria, Distrito de Aricanduva completa 85 anos
“Eu tenho uma banca na feira aos domingos, onde eu vendo e proporciono bastante conhecimento sobre preservação, conservação e até mesmo sobre a história desses objetos. Porque quando a pessoa conhece o objeto que ela tem, não só o valor econômico, mas o valor histórico, ela dá maior atenção para aquela peça. E aí eu entendi que eu poderia ser muito mais eficaz na preservação da memória, trabalhando o comércio de antiquarismo. Foi assim que tudo começou”, conta ele.
No entanto, na feira, algumas condições como o tempo, podem atrapalhar o trabalho. Por conta disso, Gean decidiu criar alguma coisa que pudesse ter mobilidade para levar as peças aonde as pessoas se interessassem. Aí nasceu a ideia do ônibus-antiquário. O veículo, já adquirido, está sendo adaptado para a tarefa.
Um dos desafios da adaptação é a temperatura. Antiguidades e calor não formam uma boa dupla. Conforme Gean, para o resfriamento, será necessário usar a mesma tecnologia que é usada em motorhome, para que objetos como vinis, não sejam danificados.
- Clique aqui e receba nossas notícias pelo WhatsApp
“Vinil é um objeto que aos 38º C ele já começa a ficar maleável. Em um ônibus, se ele não tiver proteção térmica, a temperatura passa dos 45º C, então eu tenho que fazer toda uma proteção, criar um clima interno através de ar condicionado, para aí sim proporcionar uma preservação dos objetos que ali estão”, afirmou.
Para o historiador, essa é a maior dificuldade e o que tem feito o projeto não sair do papel ainda. Mas ele garante que o ônibus já foi adquirido e as modificações internas e da cabine já estão sendo realizadas. A previsão é que até a metade de 2024 o antiquário esteja em funcionamento. Quando estiver pronto, o ônibus deverá ter uma grande quantidade de itens.
“É uma diversidade muito grande, mas nós podemos já garantir que nós podemos ter vinil, DVDs originais, livros, objetos que eram de uso cotidiano da década de 30 e 40, como lampião, ferro a brasa e panela de ferro. Nós temos também os colecionáveis, que são cédulas, moedas, canetas e relógios. Todos esses itens e objetos são desse universo do antiquarismo”, ressaltou Gean.
Todos esses itens poderão ser adquiridos em alguns eventos que o antiquário móvel estará presente. Para que o maior número de pessoas seja atendido, será feito até mesmo um calendário de locais onde o ônibus estará, segundo Gean.
“Nós vamos participar de feiras organizadas, encontros de carros, mas também pretendemos fazem pontos em cidades vizinhas, seja entre Londrina e Maringá, todas as cidades serão atendidas com datas diferentes. Mas a gente vai criar o calendário, onde todas as cidades que fiquem nessa região serão atendidas pelo ônibus do antiquário”, finalizou.