Uma iniciativa voluntária de um morador da zona Sul de Arapongas está recuperando terrenos baldios na região. O que antes era lixão, agora virou canteiro de flores, ervas e alimentos para a comunidade.
O trabalho é realizado pelo pintor autônomo Durvalino de Almeida Filho, de 46 anos, conhecido como ‘Durva’. Ele conta que sentiu a necessidade de fazer alguma coisa pela primeira vez, em 2017, quando viu um terreno, ao lado de uma creche da região, cheio de lixo. “O lugar cheirava mal, as pessoas jogavam todo tipo de lixo ali, até animais mortos. Um amigo meu deu a ideia e começamos a limpar e plantar mudas no local. Ainda hoje cuidamos do espaço, que continua limpo. Depois disso, decidi continuar fazendo perto da minha casa. Já estou no meu terceiro terreno recuperado e me organizando para iniciar o quarto”, conta o voluntário.
‘Durva’ divulga seus trabalhos nas redes sociais, e tem feito muito sucesso, recebendo até doações de mudas de plantas de empresas de jardinagem e da comunidade. “As pessoas quando ficam sabendo do meu trabalho entram em contato pelas redes sociais para tentar ajudar de alguma forma. Nunca gastei um centavo do bolso para fazer os jardins, tudo é doação”, explica.
Consciente, ele fala da importância do trabalho que realiza e do desejo de que ideia se espalhe por outros locais. “Isso aqui é um trabalho de saúde pública. Quando fica tudo sujo, tem focos da dengue, aumenta a proliferação de insetos e bichos peçonhentos. Não quero me aparecer, não sou político, só quero que as pessoas vejam que não é difícil, se a comunidade se unir e tiver iniciativa, dá para fazer um trabalho que beneficia todo mundo”, pondera.
Comunidade apoia
Moradora de uma casa ao lado de um dos terrenos recuperados, a aposentada Maria de Lourdes Souza ajuda a fiscalizar o espaço. “Antigamente esse terreno fedia, de tanto lixo que jogavam aí. Minha casa ficava infestada de ratos, agora é tudo diferente. Mudou muito com a limpeza, até o ar está melhor. Eu ajudo a cuidar, não deixo ninguém mexer nem jogar sacolinha aqui”, afirma a moradora.
O auxiliar de serviços gerais Domício Francisco dos Santos também é morador da região, e já se beneficiou do trabalho feito pelo vizinho. “Tem bastante folha medicinal plantada, eu mesmo já precisei, peguei aqui para tomar um chá. Antigamente era um lixão, agora é outra vida”, disse.
A dona de casa Vanessa Cristina Rocha mora em frente a um dos terrenos há 9 anos. Ela também sofria com a sujeira e hoje, é beneficiada pela plantação e ajuda a fiscalizar o local. “Precisamos respeitar o trabalho que o Durva fez aqui, porque muita gente reclama, mas só ele teve a iniciativa de fazer alguma coisa. Eu admiro muito o trabalho dele, e acredito que essa iniciativa precisa ser copiada em outros lugares”, garante a moradora.
Acompanhe a entrevista: