A concessionaria Viapar fechou novamente, na manhã desta quarta-feira (28), a Estrada do Ceboleiro, principal desvio da praça de pedágio instalada na BR-369, em Arapongas. O primeiro bloqueio aconteceu há cerca de 20 dias, no entanto manifestantes do grupo Tarifa Zero, reabriram a estrada na última segunda-feira (26) liberando o tráfego. O movimento luta pela isenção da tarifa do pedágio aos moradores de Arapongas e Rolândia.
A Estrada do Ceboleiro é alvo de discussão judicial há anos, mas, com o surgimento do grupo Tarifa Zero, no início do ano, manifestantes passaram a abrir passagem e realizar protestos contra a cobrança da tarifa integral de moradores de ambos municípios.
Movimento Tarifa Zero abre Estrada do Ceboleiro - A abertura que tinha sido feita na segunda-feira foi realizada ao longo do traçado original da Estrada do Ceboleiro e tinha cerca de 200 metros. Para desviar das valetas abertas e das as placas de concreto instaladas pela Viapar, os manifestantes abriram uma nova estrada. Com o desvio, caminhões voltaram a usar o trech, já que com o bloqueio feito pela Viapar, somente motoristas com carros de passeio, utilitários e motos continuavam a usar o desvio, trafegando ao lado da linha férrea.
O caminhoneiro Josias Isidoro dos Santos, de 43 anos, chegou a usar o desvio na segunda-feira (26) para ir e voltar de Londrina. “Precisei ir à oficina, em Londrina, e como estou só com o caminhão resolvi passar pela estrada. Se eu passasse pelo pedágio iria deixar cerca de R$ 30. Vale a pena passar pela estrada mesmo demorando um pouquinho mais”, avalia. Santos comenta ainda que quando está carregado o valor deixado no pedágio é ainda maior. “O caminhão tem sete eixos e tenho que pagar R$ 10,50 por eixo. É inviável. O problema não é o pedágio, mas o valor que cobram”, pontua.
O colega de profissão José Carlos Pinto, 57, também reclama do valor, que considera alto. Ele, que tem um bitrem, foi até o local também na segunda-feira, para verificar se conseguiria passar com o caminhão. “O caminhão está no posto, mas não vou arriscar. A terra, onde abriram a estrada, ainda está mole. Vou ter que deixar no pedágio quase R$ 50”, calcula.
Já o designer de móveis Ruis Gonçalves, 23, defende que a estrada tem que ser aberta, porque era de servidão pública. “O pedágio fere o direito constitucional de ir e vir. Se não tenho dinheiro para pagar o pedágio, não posso sair da cidade”, questiona.
No último sábado (24), manifestantes entregaram panfletos e adesivos nas ruas principais de Arapongas. A bandeira do movimento é a redução da tarifa aos moradores ou a abertura da Estrada do Ceboleiro, que é usada principalmente por trabalhadores e estudantes. Contactada pela reportagem, a concessionária Viapar afirmou que não vai comentar o assunto. O fechamento do desvio tem amparo judicial e é baseado em decisão do STJ.