A Justiça de Arapongas decretou a prisão preventiva de um terceiro suspeito envolvido no assassinato do servidor público Fernando Begali. De acordo com o delegado-chefe da 22ª Subdivisão Policial (SDP), Osnildo Carneiro Lemes, há indícios de que o empresário Carlos Alberto Nicastro Artacho, conhecido como Nei Artacho, tenha participação no crime. O suspeito é pai de Carlos Henrique Artacho, apontado como o mandante. O crime aconteceu em setembro do ano passado e foi motivado por uma ação trabalhista que a vítima moveu contra seu ex-patrão, Carlos Henrique.
O delegado-chefe acredita que Carlos Alberto sabia dos planos do filho, que é considerado foragido da Justiça, e teria colaborado com o transporte do pistoleiro pernambucano Yago Rodrigues de Oliveira, contratado para matar Begali. Oliveira foi preso em dezembro do ano passado, no município de Trindade, em Pernambuco (PE), e transferido para a cadeia de Arapongas, onde continua preso. O rapaz tem fama de ‘matador de aluguel’ naquela região e é investigado por mais de 20 homicídios.
A polícia apurou que Nei Artacho viajou para o estado de São Paulo (SP) dias antes do crime. Para o delegado, a informação pode ser a resposta para preencher a lacuna que faltava na investigação. Relatório fornecido pela operadora de celular possibilitou o rastreamento das ligações do pistoleiro de Trindade até Guarulhos, em São Paulo. Contudo, a partir do município paulista a polícia não adquiriu mais informações. “Temos comprovado o trajeto até Guarulhos. Mas de Guarulhos para cá ficou uma lacuna.
Ao ser interrogado Nei disse que estava em São Paulo naquele fim de semana e então deduzimos que ele trouxe Yago para Arapongas”, informa o delegado. Em seu interrogatório, o empresário afirmou que não conhecia Yago, no entanto, confessou que chegou a dar carona ao atirador, após o crime. Imagens de segurança de um posto de combustíveis revelam que o empresário foi visto trocando de carro com o filho, minutos após o assassinato. “Ele disse ia para Londrina e foi até o posto trocar de carro com o filho.
Carlos Henrique teria então aproveitado e pedido para o pai dar carona para um rapaz desconhecido. Mas ele disse que se lembrou de outro compromisso em Arapongas e deixou Yago em um ponto de ônibus”, relata. A polícia também apurou que Yago teria participado de um churrasco na casa dos Artacho, em Sabáudia. “Não há comprovação que Nei estava na cena do crime, mas deduzimos que ele conhecia Yago e sabia dos planos do filho e colaborou no transporte do atirador”, assinala o delegado.
A polícia acredita Carlos Henrique conheceu o pistoleiro por meio da empresa dele, que transporta gesso de Trindade para a Arapongas. A suspeita é que o pistoleiro tenha recebido R$10 mil pela execução. Begalli era motorista da Companhia de Desenvolvimento de Arapongas (Codar). Ele foi assassinado com mais de 10 tiros na manhã de 28 de setembro, em via pública no distrito de Aricanduva. Até o fechamento desta edição pai e filho continuavam foragidos.