Vereador nega interferência do prefeito na Câmara de Apucarana

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 15/07/2022
Marcos da Vila Reis admitiu nesta sexta-feira que teve uma conversa com o prefeito Junior da Femac

O vereador Antonio Marques da Silva (PSD), o Marcos da Vila Reis, que faz parte da base aliada da administração municipal, admitiu nesta sexta-feira que teve uma conversa com o prefeito Junior da Femac (PSD) a respeito da possibilidade de abertura de uma comissão de sindicância na Câmara de Apucarana para investigar suposto envolvimento do vereador Mauro Bertoli (União Brasil) em compartilhamento de conteúdos pedófilos através do celular. Ele negou, no entanto, qualquer interferência do prefeito para não abrir essa comissão e também quer saber como essa conversa sua com Junior da Femac acabou vazando pela imprensa através de áudio e de forma distorcida.

Segundo Marcos da Vila Reis, quem primeiramente pediu a abertura de uma comissão para investigar o envolvimento de Bertoli em divulgação de conteúdos pedófilos foi a ativista Renata Borges, que encaminhou ofício neste sentido ao presidente da Câmara, Franciley Preto Godói Poim (PSD). Na sequência, Poim solicitou a ele que ficasse encarregado de ver a possibilidade de se instalar essa comissão.

Marcos da Vila Reis assinala que, na sua atribuição como vereador, protocolou um ofício na assessoria jurídica do Legislativo em busca de orientação sobre como proceder e de informações sobre em que situação estava o processo instaurado pelo Ministério Público na Vara Criminal de Apucarana. O vereador diz ter recebido informação da assessoria jurídica de que o processo contra Bertoli corre em segredo de Justiça e que, em função disso, o Ministério Público não repassaria qualquer informação à Câmara enquanto não fosse concluído.

Marcos da Vila Reis diz que, diante da dificuldade de abrir essa comissão, já achava por bem aguardar o desenrolar do inquérito que corre na Justiça. Conforme assinala, se o caso está em andamento na Justiça e o Mauro ainda não foi condenado, o certo era a Câmara aguardar o desfecho de tudo. “Se o Ministério Público já entrou com ação na Justiça e o processo corre em segredo, não seria possível a Câmara abrir uma comissão paralela”, afirma.

Marcos da Vila Reis observa que, quando ainda estava tratando deste assunto na Câmara, recebeu ligação do prefeito Junior da Femac pedindo informações sobre a abertura desta comissão. Marcos diz que explicou essa situação ao prefeito, que também concordou com ele em aguardar o desfecho da Justiça, e  em consideração ao vereador Mauro Bertoli que, conforme assinala, tem uma vida pública respeitada e é pai de família.

“Mas em nenhum momento o prefeito interferiu na Câmara para não abrir essa comissão”, reafirma o vereador. “Eu também sou contra qualquer tipo de pedolifia e o prefeito também é contra, não admitimos isso”, acrescenta. Segundo ele, se lá na frente o Mauro for condenado, aí sim a Câmara pode abrir uma comissão processante para cassar seu mandato por falta de decoro parlamentar. Mas no momento tem que se aguardar.

Por Edison Costa, jornalista da Tribuna do Norte