Após as notícias de mortes relacionadas ao uso indiscriminado de produtos emagrecedores, os consumidores pisaram no freio em relação a compra de chás e cápsulas do tipo em Apucarana.
De acordo com Fabiano Hegeto, proprietário de uma loja de produtos naturais na cidade, os casos divulgados pela mídia afastaram os compradores. "Por conta destas notícias, a procura diminuiu sim. Estes produtos não são o 'carro-chefe' de vendas da loja, mas são muito procurados, principalmente por mulheres, tanto as cápsulas, quanto os chás", disse.
Ainda de acordo com ele, a maioria das clientes procura os produtos que fazem sucesso na internet e são poucas que consomem com algum tipo de orientação médica. "Por ser um produto natural, o pessoal compra mais por conta, depois de pesquisar na internet", afirmou.
Vendedora em uma outra loja do ramo em Apucarana, Ana Paula Faria conta que os chás emagrecedores são muito procurados, sobretudo no verão, tanto por homens quanto por mulheres. Ela alerta para a importância de receber algum tipo de acompanhamento na hora da compra. "Estes produtos são vendidos o ano inteiro, mas principalmente no verão. O fato de ser um produto natural torna mais atrativo, mas é sempre importante ter um acompanhamento para saber o que se pode consumir, porque vai de organismo para organismo da pessoa, mesmo se tratando de chás naturais. Uma pessoa hipertensa, por exemplo, não pode consumir alguns tipos de ervas e assim por diante, por isso, comprar sob orientação é fundamental", declarou.
A vendedora falou ainda sobre o perigo da venda indiscriminada de alguns produtos na internet e as propagandas enganosas. "O trabalho que Anvisa faz retirando alguns produtos do mercado é importante principalmente para frear algumas vendas perigosas na internet. Também é importante lembrar que as promessas milagrosas divulgadas pela mídia, funcionam como uma propaganda enganosa. Estes produtos podem trazer muitos benefícios para a saúde, mas devem ser consumidos com orientação", finalizou a vendedora.
Médica alerta
A ingestão de chás e remédios tidos como milagrosos preocupam profissionais da área por diferentes motivos. A endocrinologista Beatriz Graciano Sant'Anna, de Apucarana, esclarece sobre o assunto. Saiba mais clicando aqui.
Casos fatais
Além da cantora Paulinha Abelha, que morreu no dia 23 de fevereiro por complicações hepáticas, no último dia 3, uma enfermeira morreu em São Paulo com hepatite fulminante, associada ao uso de chá em cápsulas.
Estes casos fizeram com que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgasse uma lista com 140 produtos do tipo que já têm venda proibida no Brasil, mas ainda podem ser encontrados em alguns sites sendo comercializados.
Por Aline Andrade.