Esta Quarta-Feira de Cinzas marca o início da Quaresma e muitos católicos tradicionalmente substituem a carne vermelha pelo peixe como forma de penitência. Com o aumento no consumo, o comércio de pescados em Apucarana, no Paraná, espera um aumento de até 50% na venda de produtos durante os próximos 40 dias. Assista o vídeo no fim do texto.
Proprietário de uma peixaria, Luciano Maicher, 42 anos, afirma que os dias com maior consumo de peixe são na quarta-feira e sexta-feira e os tipos com maior saída são o filé de tilápia, merluza e sardinha. “São peixes com preparo mais fácil, o que ajuda na correria do dia a dia. Não é um prato muito elaborado, as pessoas procuram um negócio mais prático”, comenta.
- LEIA MAIS: Veja horários de missas que marcam o início da Quaresma em Apucarana
A igreja Católica prescreve abstinência na Quarta de Cinzas e em todas as sextas-feiras da Quaresma, como um ato de penitência e solidariedade com o sofrimento de Cristo. São 40 dias de penitência, reflexão e abstinência que antecede a Páscoa e, por isso, muitos fiéis são encorajados a praticar a abstinência de alguns alimentos. A empresária Bia Usso, 53 anos, deixa de consumir carne vermelha e substitui por peixe.
“Nós somos católicos, nossa família sempre consome tanto na Quarta-Feira de Cinzas quanto na Sexta-feira Santa”, afirma. Em relação ao preço do peixe, ela considera um valor bom em comparação aos anos anteriores. “O preço não subiu tanto quanto os outros anos, vai dar para seguir a tradição nos quarenta dias”, assinala.
O aposentado Celso Graminho, 66 anos, também respeita a tradição e foi até a peixaria abastecer a geladeira com filé de tilápia. “Sim, é tradição da família optar pelo peixe deixando de lado a carne vermelha e todo mundo em casa aceita tranquilo”, reitera.
QUARESMA
Segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Igreja recomenda que os fiéis façam jejum e abstinência, principalmente às sextas-feiras. A finalidade proposta é viver o jejum como renúncia de algo que nos dá prazer imediato.
O bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Armando Bucciol ressalta ainda que sexta-feira na tradição da Igreja é o dia da morte do Senhor. Portanto, desde os primeiros séculos se tornou um dia litúrgico. Isto é, em que se recordava a morte do Senhor de uma maneira especial.
“O fato de ter um dia de Jejum é para viver juntos como Igreja Universal um gesto que manifeste a nossa busca de uma espiritualidade mais profunda, mais autêntica ligada ao sofrimento de Cristo”, destaca o bispo.
A tradição da Igreja indica a abstenção de carne, pelo menos nas sextas-feiras da Quaresma. “Mas poderá ser substituída pela privação de outros alimentos e bebidas, sobretudo os mais requintados e dispendiosos [caros] ou da especial preferência de cada um”, orienta.
Assista a reportagem em vídeo: