Dados do 11º Grupamento do Corpo de Bombeiros (GB) de Apucarana revelam que o número de queimadas em vegetação em Apucarana já é 15% maior este ano em relação ao ano passado.
Segundo os registros, até na segunda-feira (3) 67 ocorrências do tipo foram atendidas na cidade desde o início de 2021.
Em 2020, no mesmo período, foram atendidas 58 ocorrências. Na região de cobertura do 11º GB, que compreende 22 municípios, foram 202 ocorrências de incêndios em vegetação no período em 2020 contra 207 neste ano.
Ação humana ainda é a principal causa das queimadas, segundo os bombeiros.
De acordo com a tenente Ana Paula Zanlorenzzi, do Corpo de Bombeiros de Apucarana, a baixa umidade relativa do ar e a falta de chuvas são fatores que colaboram para o aumento dos incêndios em vegetação.
“Aliada aos fortes ventos que temos na região, que fazem com que as chamas se espalhem mais rapidamente, a seca tem ocasionado parte desses incêndios ambientais, mas o fator humano ainda é o principal responsável. Muitas vezes as pessoas querem limpar os terrenos e colocam fogo na vegetação, ou jogam uma bituca de cigarro na vegetação a beira da rodovia. O fator humano é o principal responsável pelos incêndios registrados”, afirmou.
Segundo a tenente, os casos de incêndios em vegetação ocorrem quase que diariamente em Apucarana e algumas regiões são reincidentes. “Locais como a região do Parque da Raposa, imediações da Unespar e do 30º Batalhão de Infantaria Motorizada (30º BIMEC) tem registros frequentes de queimadas. Porém podemos dizer que em todas as regiões da cidade existe algum ponto de incêndio ambiental registrado”, pontuou.
A seca é caraterística de algumas épocas do ano como no verão em janeiro e a partir de maio. Porém, esse ano, a falta de chuvas perdura há meses, fazendo com que a incidência de incêndios tenha começado mais cedo. “Geralmente registramos esses picos de queimadas em maio, junho até agosto, mas esse ano realmente as ocorrências estão acontecendo com mais frequência justamente por conta desta falta de chuva. O trabalho do Corpo de Bombeiros está bastante intenso no combate aos incêndios ambientais”, disse.
“O Corpo de Bombeiros orienta que as pessoas evitem dar início a estes incêndios, isso pode ser considerado como crime ambiental, com multas e outras sanções. Ainda temos o agravante da pandemia e essas queimadas trazem muitos problemas respiratórios, é preciso essa consciência. Quem flagrar estas situações deve denunciar em horário comercial na secretaria de Meio Ambiente 3423-0142 e nos fins de semana pelo telefone 153 da Guarda Civil Municipal (GCM) para que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados”, finaliza a tenente.
Abril mais seco da história volta a agravar a crise hídrica
A crise hídrica voltou a se agravar no Paraná, o que reforça os pedidos para o uso racional da água. Curitiba e outras sete cidades tiveram o abril mais seco desde o início da série histórica, em 1998. Dos 13 municípios analisados pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) a pedido da Agência Estadual de Notícias (AEN), apenas em Guaratuba, no Litoral, a chuva foi superior à média.