Redução de alunos levou RU a fechar portas na Unespar de Apucarana

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 23/03/2023
Direção da Unespar afirma que pandemia impactou no número de alunos

Estudantes do campus de Apucarana da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) vão realizar um protesto nesta quinta-feira (23) à noite por conta do fechamento do Restaurante Universitário (RU) e da cantina da instituição. Eles afirmam que os acadêmicos estão sem acesso à alimentação há quase uma semana e cobram providências. A direção da Unespar explica que, no caso do RU, a empresa pediu rescisão do contrato por queda na procura pelas refeições, enquanto que, na cantina, o contrato chegou ao fim. A instituição diz que perdeu 800 estudantes no retorno às aulas presenciais após a pandemia de covid-19

Presidente do movimento estudantil da Unespar em Apucarana, Rafaela Mello, de 21 anos, afirma que a situação gera prejuízos aos estudantes, principalmente aqueles que vêm direto do trabalho para a faculdade. Ela assinala que a queda na procura pelo RU ocorreu por conta do preço alto da refeição para os estudantes, que é de R$ 7,98. “Fizemos uma pesquisa e a refeição da Unespar de Apucarana é a mais cara entre todas as universidades estaduais públicas do Paraná”, afirma.

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Rafaela, que é estudante do 3º ano do curso de Serviço Social, cita outros problemas. “Era comum faltar comida e o restaurante fechava às 20 horas, antes do intervalo, que vai das 20h40 às 21 horas”, diz. Ela revela que a manifestação será realizada em frente ao RU. “Queremos uma solução rápida para o problema e que a nova licitação garanta um preço mais justo para as refeições”, acrescenta. 

O diretor do campus de Apucarana, Daniel Fernando Matheus Gomes, publicou comunicado à comunidade acadêmica informando que a empresa responsável pelo RU solicitou em 6 de março rescisão de contrato de forma amigável, alegando baixo número de refeições comercializadas diariamente. O atendimento acabou suspenso no dia 17. A direção cobrou a retomada do serviço na última segunda-feira (20), com base no contrato vigente, mas a empresa não abriu as portas.

Em entrevista ao TNOnline, o diretor afirma que o edital de contratação estimava uma média de 350 refeições diárias. No entanto, o número  máximo chegou a 140. Assim, a empresa pediu a rescisão amigável, que agora é analisada pela procuradoria jurídica.

“O dono da empresa argumenta que não consegue manter o atendimento com esse número de refeições diárias”, diz. O professor justifica ainda que o preço maior em relação a outras universidades se dá porque é a própria Unespar que subsidia as refeições, enquanto que nas demais instituições públicas o investimento vem do caixa do governo estadual. O estudante paga R$ 7,98 por refeição em Apucarana, mas a empresa recebe R$ R$ 12, 98 com o subsídio de R$ 5.

Segundo o diretor, a queda na procura é reflexo direto da redução no número de estudantes após o retorno das aulas presenciais. “Perdemos 800 alunos após a pandemia”, diz. Antes da covid-19, a instituição contava com 2.150 estudantes matriculados. Agora, o número não passa de 1.350.

Em 2023, o RU funcionou entre 6 de fevereiro e 17 de março. Nesta sexta-feira (24), o local completa uma semana fechado.  O diretor nega que o atendimento era encerrado às 20 horas, mas admite problemas com a falta de comida. “Como o movimento de alunos era irregular, faltava à empresa uma base para definir o número de refeições diárias. Quando um dia especificamente a procura era maior, o restaurante não conseguia atender a todos, realmente”, justifica.

Ele afirma que uma nova licitação, adaptada à realidade atual, será aberta. No entanto, isso só será possível após o trâmite de encerramento com a atual empresa. “A direção está fazendo o que é possível para resolver a situação. Também utilizo o RU e sei da sua importância”, diz Daniel. 

Com relação à cantina, a empresa detentora dos direitos de uso informou em 22 de fevereiro que não exerceria sua prerrogativa de renovação contratual. Um novo processo licitatório já foi aberto, afirma o diretor da Unespar de Apucarana. 

Por Fernando Klein