A explosão dos casos de covid-19 criou uma corrida em busca de testes para detectar a doença. Em Apucarana, filas se formam em frente a farmácias e laboratórios em busca de um diagnóstico. A grande demanda preocupa os profissionais da área, já que começam a faltar testes e reagentes na cidade.
Jordana Giordani Lima, atendente em numa farmácia de Apucarana classifica como 'absurdo' o aumento pela procura dos testes, principalmente após o ano novo.
"Esse aumento começou logo após as festas de final de ano, pessoal viajou muito, se aglomerou muito e ocorreu esse 'boom' de casos positivos. Estamos realizando em média de 180 a 190 diários testes por dia, o que preocupa é que tivemos dias de dar dois terços de positivo, mas geralmente, nunca é menos da metade. O dia todo, realizamos teste atrás de teste, está uma loucura, o telefone tocando o tempo todo a procura de informações", revelou.
A atendente de farmácia explica que muitas pessoas fazem o teste por fazer, ou seja, não respeitam os períodos certos de contato com o vírus para ter um diagnóstico confiável. Isso, além de gerar muitos resultados falsos negativos, também contribui para que os testes sumam das prateleiras, prejudicando quem realmente precisa.
"É importante fazer o pessoal entender que tem que ter a janela correta (de manifestação do vírus), senão o teste não vai reagir da forma correta, tem que ter 72 horas a partir dos primeiros sintomas ou 5 dias após o primeiro contato com alguém que testou positivo, senão não adianta fazer o teste. Nós tivemos falta de teste na cidade, e as pessoas ainda não estão tendo consciência de que precisam respeitar essa janela de contaminação para testar de forma correta e atender a população que realmente está doente", informou a profissional.
Nos laboratórios a demanda também é alta. De acordo com Danilo Bueno, diretor em um laboratório de Apucarana, chegou a faltar reagente para realizar alguns exames por conta do grande número de testes realizados diariamente.
"A procura aumentou significativamente, exageradamente, tanto que nós já estamos sem reagente para o antígeno, conseguimos fazer a importação, e agora estamos com medo de ficar sem reagente para o PCR. Devemos receber agora mais uma leva do reagente do teste rápido, mas a preocupação é o material faltar", disse.
Ele conta que a alta demanda fez com os preços também aumentassem. O teste rápido hoje custa 150 reais enquanto o PCR não sai por menos de 250 reais.
Bueno orienta ainda a respeito da importância de realizar um acompanhamento médico.
"Muita gente está procurando teste sem ir no médico, e acaba não fazendo o tratamento correto, o H3N2 acaba mascarando os sintomas também, por isso é tão importante fazer o acompanhamento médico", finalizou.