O pagamento do 13º salário aos trabalhadores do mercado formal poderá injetar mais de R$ 225,4 milhões na economia dos cinco maiores municípios da região. A estimativa é que 82.216 funcionários com carteira assinada recebam o benefício em Apucarana, Arapongas, Ivaiporã, Jandaia do Sul e Faxinal.
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O cálculo foi elaborado pelo Núcleo de Conjuntura Econômica e Estudos Regionais (Nucer) do campus de Apucarana da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), com base na análise dos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Segundo o economista Rogério Ribeiro, professor da Unespar Apucarana, a data limite para o pagamento da primeira parcela é 30 de novembro, quando R$ 112,7 milhões devem ser pagos aos trabalhadores. A segunda parcela deve ser liberada até 20 de dezembro. A média de valores por pessoa é de R$ 2.741,92.
“Cada município possui características específicas e o valor deverá ser acrescido pelo pagamento do 13º salário para os trabalhadores informais, que não é possível estimar no momento. Isto significa que o impacto de liquidez na região tende a ser ainda maior do que os R$ 225,4 milhões”, analisa o economista.
A renda extra chega justamente em um momento em que as pessoas estão mais propensas a gastar mais por conta das festas de fim de ano e gera expectativa de aumento no consumo no comércio e setor de serviços. Entretanto, o economista orienta ter prudência para administrar melhor o benefício e evitar que ele “evapore”.
“Temos uma parcela significativa das famílias brasileiras endividadas e o 13º salário é uma boa oportunidade para tentar reduzir esse endividamento. Acredito que a maioria dos trabalhadores formais utilize o salário extra para pagar dívidas”, orienta.
Para aqueles que não tem dívidas caberá uma séria reflexão acerca de poupar o 13º salário ou consumir. “A recomendação, considerando a atual conjuntura econômica, é para que consumam menos e poupem mais”, aconselha.
O cálculo do Nucer não inclui o pagamento do 13º salário para aposentados e pensionistas, que neste ano deve movimentar mais de R$ 127,7 milhões nos cinco municípios da região. Em relação a essa parcela dos beneficiados, Ribeiro acredita que a maioria deve poupar parte do benefício. “Os aposentados possuem uma característica diferente, com baixo endividamento e baixo consumismo. Essa parcela da população que irá receber o salário extra deverá poupar parte do benefício”, comenta.
Em todo o Paraná, mais de R$ 19,6 bilhões devem movimentar a economia, conforme estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
QUEM TEM DIREITO
Segundo a Lei 4.090 de 1962, que criou a gratificação natalina, têm direito ao décimo terceiro aposentados, pensionistas e quem trabalhou com carteira assinada por pelo menos 15 dias. Dessa forma, o mês em que o empregado tiver trabalhado 15 dias ou mais será contado como mês inteiro, com pagamento integral da gratificação correspondente àquele mês.
Trabalhadores em licença maternidade e afastados por doença ou por acidente também recebem o benefício. No caso de demissão sem justa causa, o décimo terceiro deve ser calculado proporcionalmente ao período trabalhado e pago junto com a rescisão. No entanto, o trabalhador perde o benefício se for dispensado com justa causa.