PR: bebê de 1 ano e 9 meses morre atropelado por motociclista sem CNH

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 17/06/2024
Claudemar Gael Neves Rodrigues morreu no Hospital da Providência, em Apucarana

Um bebê de 1 ano e nove meses morreu neste domingo (16) após ser atropelado por um motociclista de 22 anos em Apucarana, no Norte do Paraná. O condutor foi espancado por moradores que presenciaram o acidente. Ele não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e a moto estava em situação irregular, segundo a Polícia Civil.

-LEIA MAIS: Motociclista que matou bebê não tinha CNH e estava 'cortando giro'

Claudemar Gael Neves Rodrigues, que tem um irmão gêmeo, brincava na rua no Residencial Fariz Gebrim quando foi atingido pelo motociclista. Ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois para o Hospital da Providência, onde foi constatado um traumatismo craniano. A criança sofreu cinco paradas cardíacas e morreu, segundo a família.

De acordo com o boletim de ocorrência da PM, a moto Yamaha XTZ 125 estava com placa e motor adulterados. O veículo foi apreendido e encaminhado para a 17ª Subdivisão Policial (SDP), de Apucarana. O rapaz seria ouvido em audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (17).

Testemunhas relataram à polícia que o motociclista teria se distraído com um grupo de jovens que andava a cavalo. Ele teria passado acelerando a motocicleta e "cortando giro" para assustar os animais. Nesse momento, o jovem não viu o bebê, que estava na rua brincando com um carrinho, e o atropelou.

A mãe da criança, Tamires Neves, de 28 anos, não estava com os gêmeos. Em entrevista nesta manhã, ela contou que deixou o filho Claudemar Gael Neves Rodrigues e o irmão dele com a vizinha, após sofrer uma queda de cavalo e precisar de atendimento médico.

"Nos finais de semana, a gente pega os cavalos para andar, mas arrebentou o freio e eu acabei caindo, perdi a consciência e fui desmaiada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Deixei meus gêmeos com a minha vizinha, que tem as crianças dela também, que direto, quando eu preciso, fica com eles, porque ali na minha rua todos se conhecem", disse.              

📲 Clique aqui e receba nossas notícias pelo WhatsApp ou convide alguém a fazer parte dos nossos grupos

Tamires revela que, quando chegou da UPA, ela foi informada pela vizinha que o filho tinha sido atropelado e estava em estado grave. Ela conta que foi à UPA e depois ao Hospital da Providência. "Eu cheguei no 'Providência' e eles disseram que fizeram o que podiam e tentaram de tudo, mas ele não aguentou, que ele teve traumatismo craniano e cinco paradas cardíacas", revelou.

A mãe contou que já perdeu outra criança, que morreu após o parto. "Como o irmão dele, eles eram meus 'companheirinhos' e ele era meu miudinho. Então está doendo mais, muito mais. Foi tirado um pedaço de mim. Agora é entregar na mão de Deus. Como eu disse, o rapaz também não saiu da casa dele na intenção de ir e matar meu filho", disse.

O sepultamento da criança ocorreu na cidade Munhoz de Melo, a 72 quilômetros de Apucarana. 

A Prefeitura de Apucarana divulgou nota de pesar pela morte. O menino era aluno do CMEI Professora Laura Mareze Martinelli, no Residencial Fariz Gebrim.

INVESTIGAÇÃO

O delegado Carlos Diego Paravidino Machado, de Apucarana, afirma que o suspeito foi preso em flagrante após ser atendido no Hospital da Providência por conta das agressões. Ele foi autuado pelo crime de homicídio culposo na direção da moto e também por adulteração de veículo.

Segundo o delegado, a responsabilidade pela criança será apurada, já que a mãe não estava no local por conta do acidente com o cavalo. “Estamos apurando quem estava responsável pela criança. Foi um acidente que aconteceu na rua e um eventual abandono de incapaz que resultou em morte”, disse.

O delegado afirmou que o suspeito disse que usava a moto para fazer trilhas e que a criança saiu de trás de um carro, e ele não viu  menino.

DEFESA

O advogado Márcio Marques Rei, que defende o rapaz suspeito, afirmou ao TNOnline que a moto é utilizada para trilhas e, por isso, está irregular. Ele negou que o rapaz tenha tentado fugir. O defensor reafirmou a versão do motociclista dada à Polícia Civil de que ele não viu a criança na rua.