A Polícia Civil de Apucarana, no norte do Paraná, investigou seis adolescentes, moradores da cidade, que propagaram notícias falsas e provocaram pânico na comunidade escolar. Os jovens, que têm entre 14 e 15 anos, publicaram ameaças nas redes sociais.
Os adolescentes tiveram os celulares apreendidos e o delegado adjunto da 17ª Subdivisão Policial de Apucarana, André Garcia, chamou a atenção para a estrutura familiar dos jovens envolvidos nas publicações mentirosas - que traziam ameaças contra alunos ou instituições de ensino.
Na semana passada, muitos pais ficaram apavorados após a divulgação de mensagens que falavam em um possível massacre em escolas no dia 20/4. A polícia e o município reforçaram a segurança nas instituições, promoveram palestras para estudantes e capacitaram professores.
“Na semana passada recebemos diversas, muitas denúncias, não somente de ameaças de ataques, mas de agressões, enfim, divulgação de notícias falsas nas redes sociais. Todas as denúncias foram apuradas e, de todo esse universo, seis procedimentos foram instaurados. Investidores foram até a casa deles, apreenderam celulares, agendas e, de fato, ficou comprovado que se tratavam de fake News, nada de concreto, nada que levasse acreditar que um atentado poderia acontecer foi encontrado”, explica o delegado.
Conforme a investigação, os adolescentes envolvidos teriam espalhado notícias falsas somente para promover o caos. Todos foram ouvidos pelo delegado.
“A intenção deles era espalhar o pânico, promover desordem, todos vão responder como a lei do ECA prevê”, detalha.
Situação familiar
O delegado André Garcia chamou a atenção para a situação familiar dos garotos envolvidos na divulgação de notícias falsas. Alguns adolescentes apresentavam ainda algum tipo de problema psicológico.
“É preciso deixar registrado que alguns desses adolescentes, era evidente, tinham problemas psicólogos ou psiquiátricos e notamos um profundo desarranjo familiar. Eles serão acompanhados e, inclusive, eu mesmo pedi para um deles o encaminhamento para tratamento psiquiátrico. São garotos que moram só com a mãe e mais outros irmãos, abandonados pelos pais. Tem um que foi abandonado pela mãe e mora só com o pai, tem aqueles criados por tia, avós, que sofrem bullying, vivem em situação delicada, precisam de atenção. Mas em todos os casos, aqui de Apucarana, eles queriam era espalhar medo através de postagem em rede social. Alguns publicaram em suas próprias redes, outros criaram falsas”, ressalta.
Ainda segundo o delegado, os garotos apreendidos em Borrazópolis e Bom Sucesso seguem em internamento. “Nesses dois casos, a Polícia Civil identificou que de fato eles poderiam praticar algo, situações mais delicadas. Eles foram apreendidos cautelarmente e seguem apreendidos”, disse.
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Prevenção
O delegado André Garcia repassou que durante palestras nas escolas, a Polícia Civil conversou muito com os adolescentes sobre o perigo de espalhar notícias falsas.
“Falamos que tudo tem consequência e que a polícia sempre consegue identificar o responsável por contas falsas, por propagar notícias falsas. Falamos dos cuidados que se deve ter, da importância da vigilância dos pais. Esse trabalho em conjunto com a Polícia Militar (PM) foi muito importante para conscientizar os jovens”, finaliza.
Por, Sílvia Vilarinho