Pesquisa: Carne bovina dispara em Apucarana e região

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 30/06/2021
Pesquisa: Carne bovina dispara em Apucarana e região

Segundo levantamento do Núcleo de Conjuntura Econômica e Estudos Regionais (Nucer) da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Apucarana, o preço da carne bovina disparou, subiu 42,33% nos últimos 12 meses.

A pesquisa ainda aponta alta de 11% entre maio e junho. Conforme economista, o aumento de custo ocorre devido à grande demanda para exportação em um cenário de alta no dólar e supervalorização da arroba do boi no mercado internacional.

A pesquisa do Nucer mostra que entre maio e junho o quilo da carne vermelha ficou, em média, R$ 3,80 mais caro na região. O coxão mole passou de R$ 34,16 para R$ 37,60 (10%), o coxão duro de R$ 33,74 para R$ 38,62 (14,4%) e o patinho de R$ 36,26 para R$ 39,44 (8,7%), respectivamente. O Nucer utiliza os três cortes como parâmetro na pesquisa mensal de preço da cesta básica.“Os valores estão subindo quase que mensalmente”, afirma o economista e professor da Unespar, Rogério Ribeiro.

Segundo ele, a alta do dólar e a demanda do produto no exterior estão entre os principais fatores que mantêm o preço caro no mercado interno. “O mercado internacional está demandando muita carne e o Brasil é o maior exportador. Teve um fracasso da economia interna por conta da pandemia que fez com que a produção fosse direcionada ao mercado externo”, explica.

Ribeiro destaca ainda que o preço da arroba do boi gordo subiu 45,44% nos últimos 12 meses em moeda nacional, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/ESALQ), da Universidade de São Paulo (USP). A arroba teve maior valorização em dólar, com aumento de 59,64% no custo. “Esta elevação em dólar aliada a alta cotação da moeda americana tornam mais interessante vender o produto no mercado internacional e este é outro fator de pressão para os preços internos”, observa o economista.

A população tem sentido muito o aumento dos preços da carne vermelha, uma vez que o produto representa 42,3% do custo total da cesta básica em Apucarana e região, conforme pesquisa do Nucer.

CONSUMIDOR MUDA CARDÁPIO

A carne bovina é considerada quase um ‘item de luxo’ para muitas famílias. Tem gente que não vive sem e compra mesmo com preços mais caros. E há quem prefira mudar o cardápio e fazer substituições na ‘mistura’, como é o caso do comerciante Fábio Alessandro, 40 anos. Ele afirma que tem comprado carne branca que, segundo ele, está com preço mais vantajoso. “Ultimamente só como frango ou porco, carne vermelha só uma vez por semana”, afirma.

Já o aposentado Manoel Pereira Guimarães, 61 anos, se dá ao luxo de comer carne vermelha porque mora sozinho e não necessita comprar em grandes quantidades. Apesar disso, reclama do valor. “A carne bovina hoje se encontra com o preço muito abusivo, por isso não como carne vermelha todos os dias”, comenta.Outros substitutos para a carne, no mesmo grupo das proteínas animais, são os ovos de galinhas, cujo preço se manteve estável nos últimos 12 meses, aponta o Nucer.