Na noite desta segunda-feira (23), o monsenhor Roberto Carrara participou de entrevista dentro do Jornal da Tribuna, comandado por Gustavo Marçal, nas plataformas digitais do TNOnline. Durante o bate-papo, o padre contou sobre a infância e recordou que aos 11 anos foi para o seminário menor de Botucatu, além de falar sobre racismo, aborto e seu futuro.
"Sou de uma família muito religiosa e desde a minha infância aprendi a viver a vida religiosa. Morava no sítio e caminhava quilômetros para participar da missa dominical. Aos 7 anos, quando estava fazendo catequese para a primeira comunhão, a catequista perguntou o que todos queriam ser quando crescer. Eu disse que queria ser padre e quatro anos depois fui para o seminário. Lá eu cursei por 7 anos e depois segui para um seminário de São Paulo", recorda.
Aos 29 anos, o padre veio para Apucarana, onde ficou por mais de 50 anos à frente da Catedral Nossa Senhora de Lourdes. "No começo foi difícil. Ali atrás da Catedral tinha um salão de madeira. Não tínhamos carro e era uma situação delicada. Então, Dom Romeo Alberti me colocou junto de outros três padres. Fiz o revestimento externo da catedral, fiz o piso, mudamos o som, colocamos vitrais novos - agora são vitrais, uma obra de arte feita por um artista de Curitiba, depois fizemos o centro comunitário", conta.
Em 1979, o monsenhor conta que terminou o trabalho, pediu licença e foi para Roma se especializar em liturgia. "Quando voltei Dom Romeo me colocou de novo na Catedral, que estava com muitas dívidas. Porém, em alguns meses acertei tudo e continuei o trabalho", lembra.
Monsenhor teve contato com muitas pessoas de Apucarana e segundo ele, acompanhou gerações de famílias. "Vi duas gerações. Cheguei em Apucarana e encontrei uma mãe que estava grávida da filha. A filha dela hoje já teve outra filha, que já tem 23 anos. Foi muito difícil parar com o trabalho", explica.
No final do ano passado, o padre conta que teve uma conversa com o bispo Dom Carlos José de Oliveira. "Quando Dom Carlos chegou em Apucarana, eu disse que estava sozinho e pedi para que ele colocasse um padre para estar comigo. Eu já estava com 80 anos e tomei uma decisão de jubilar, ficar um ano fora estudando, e fui para Jundiaí ficar com a minha família que é de lá. No entanto, penso em voltar para Apucarana, que é minha casa e família. Aqui foi minha vida. Sinto muita falta. Vamos analisar o que fazer", comenta.
Monsenhor falou sobre outros assuntos durante a entrevista.
Assista a entrevista na íntegra: