O retorno das atividades presenciais acelerou a renovação de imóveis comerciais em Apucarana. Nos últimos dois anos a cidade ganhou dezenas de salas para uso comercial. Onde antes existiam prédios antigos e terrenos vazios, surgem novos espaços comerciais. Uma parcela dos novos imóveis está localizada em regiões que até então tinham vocação genuinamente residencial, o que para especialistas do ramo imobiliário é um efeito do desenvolvimento e da descentralização comercial.
De acordo com a Secretaria Municipal de Obras, ao menos oito prédios comerciais antigos foram demolidos no ano passado e deram lugar a novos empreendimentos, com múltiplas salas.
O imobiliarista João Ceriani considera a renovação um processo natural de uma cidade que está em franco crescimento. No próximo ano, Apucarana completará 80 anos e muitos imóveis da cidade têm quase a mesma idade, afirma o empresário, que cita como exemplo, um prédio localizado na Praça Rui Barbosa que tinha 70 anos e foi demolido recentemente para dar lugar a instalações mais modernas.
“Trata-se de um imóvel que está sob o domínio da minha família, com uma localização nobre, mas até então, não tinha uma benfeitoria. O imóvel estava aquém do gabarito dele. Era um o prédio velho, com instalações modestas. Não havia reforma que deixasse nos padrões atuais. Decidimos demolir e construir um novo imóvel”, comenta.
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Ceriane reforça ainda que o proprietário que decide reformar um imóvel comercial ou demolir e construir outro do zero, tem uma visão de investimento a longo prazo. Com um imóvel de padrão elevado, há possibilidade de atrair inquilinos com maior potencial, rendendo um maior retorno financeiro. E na opinião dele, essa decisão cria uma reação em cadeia que incentiva outros proprietários a fazerem a mesma coisa, aumentando o ‘gabarito’ e o potencial comercial da região.
“Um influencia o outro. Como exemplo a chegada no hipermercado na Igrejinha chegou para atender uma região bastante adensada. É uma simbiose que ajudou a induzir novos empreendimentos na região da Rua Nova Ucrânia. A Rua Oswaldo Cruz mesmo virou uma rua gastronômica com novos empreendimentos. Os empresários veem a região expandindo e ficam encorajados a investir. O mesmo ocorre com a Avenida Aviação que também tem com comércio pujante. Cada região com sua vocação”, exemplifica.
De acordo com o imobiliarista outros o processo de renovação e ampliação de oferta de imóveis comerciais envolve ainda empreendimentos em vários pontos do eixo central e em pontos mais afastados, caso das ruas Nova Ucrânia, ma Igrejinha, e Cristiano Kussmaul, no Jardim Interlagos.
Setor de aluguéis aquecido
Segundo o imobiliarista Humberto Aomoto, o aumento da oferta é reflexo de uma demanda reprimida que se observa no volume dos contratos de locação de imóveis comerciais. Ele estima um aumento de 40% em 2022 em comparação ao ano anterior.
Na opinião do empresário, a renovação de imóveis ocorre também devido a exigência por parte dos empresários que procuram instalações mais modernas. “Essa renovação de imóveis comerciais está sendo realizada por muitos proprietários devido a oferta e procura por imóveis de qualidade”, assinala.
Para este ano a expectativa é superar a meta atingida ano passado. “A tendência em 2023 é de melhorar mais que o ano passado. Apesar da mudança de governo e incertezas administrativas, existe grande expectativa em 2023 mesmo com o consumidor mais prudente”, pontua.
Por, Cindy Santos