Motoristas e funcionários do transporte coletivo de Apucarana decidiram nesta segunda-feira (30), após assembleia geral extraordinária, entrar em greve por tempo indeterminado. A paralisação deve começar na próxima segunda-feira (6).
Dos 131 trabalhadores aptos a votar, 85 rejeitaram a proposta da empresa e 11 se manifestaram a favor. Foram ainda 2 votos nulos e 2 brancos. A votação começou às 5 horas e terminou às 17 horas. Ao todo, 15 mil pessoas utilizam o serviço diariamente e serão afetadas pela mobilização.
A assembleia geral extraordinária foi convocada pelo Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Anexos de Apucarana (SINCVRAAP) após divergências com a empresa concessionária do transporte público do município, a Viação Apucarana Ltda (VAL), em relação ao percentual de reajuste salarial dos trabalhadores.
A VAL propôs um aumento de 6,01% nos salários e de 36,85% no vale alimentação, fixando a remuneração em R$ 2.381,45 e o vale alimentação em R$ 130. A categoria pede 11% de reposição salarial e 153% de reajuste no vale alimentação, fixando os valores em R$ 2.491,00 e R$ 240, respetivamente. Atualmente, o salário da categoria é R$ 2.245,00 com R$ 95 de vale alimentação.
De acordo com o presidente do sindicato dos trabalhadores, Ronaldo Santana da Silva, a categoria já havia rejeitado a proposta da empresa e nesta segunda-feira (30) votou a favor da paralisação. Segundo ele, a prefeitura, a Câmara e a VAL serão agora oficializadas e terão um prazo até sexta-feira (3) à noite para se manifestar.
A categoria poderia iniciar a greve no sábado (4), mas informou que pretende fazer a paralisação a partir de segunda (6), dando um prazo a mais em busca de consenso. “Os salários dos motoristas estão defasados desde 2019. Vamos esperar agora a posição do poder público e da empresa, porque a greve vai trazer muitos transtornos à população”, diz Ronaldo.
OUTRO LADO
O advogado Victor Marcondes, representante da VAL, afirma que a empresa ainda não foi notificada pela decisão de greve da categoria. Segundo ele, a empresa ainda entende que é possível encontrar uma solução para o impasse por meio do diálogo. No entanto, assinala que o aumento reivindicado pela categoria de 11% está muito acima das possibilidades da empresa.
“A empresa entende que apresentou a proposta que podia, que cobre a inflação do período, que foi de 5,97%”, afirma. O impasse foi discutido nesta segunda-feira (30) em audiência online no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). “Estamos com o canal de comunicação aberto com o sindicato dos trabalhadores e entendemos que será possível uma solução sem a necessidade de greve”, completa.
PREFEITURA
Em nota, a prefeitura informou que o procurador geral do município, Rubens de França, participou da audiência online do Tribunal Regional do Trabalho. Segundo França, o impasse na negociação salarial foi discutido com a federação dos trabalhadores e dirigentes da Viação Apucarana Ltda.
“Não houve acordo e a audiência foi suspensa. Temos previsão de uma nova negociação ainda nesta semana e a Prefeitura de Apucarana, que é o poder concedente do serviço de transporte coletivo urbano, estará novamente representada”, informou o procurador Rubens de França.