Tribuna do Norte Online

Morte de jovem em Apucarana foi negligência médica, afirma família

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 14/03/2025
Maycon Geraldino da Silva, de 29 anos Maycon Geraldino da Silva, de 29 anos

Maycon Geraldino da Silva, de 29 anos, morreu no último dia 06 de março, na residência em que morava com a família no bairro Jardim Shangri-la, em Apucarana (PR). Ele estava se preparando para sair de casa e pagar o aluguel, quando passou mal, desmaiou e morreu. A família do jovem sofre com a morte precoce e pede justiça ao afirmar que o caso se trata de negligência médica na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A Autarquia Municipal de Saúde (AMS) nega e afirma que os procedimentos foram adotados dentro do protocolo. 

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Edvaldo Cardoso da Silva, tio de Maycon, conversou com o TNOnline e relatou que o sobrinho procurou atendimento médico na UPA um dia antes da morte. O jovem vinha sofrendo com fortes dores no corpo e de cabeça. "Nos dias anteriores ele também vinha desmaiando do nada, e a glicemia estava descontrolada", informa o tio. Cerca de cinco dias antes da morte, Maycon também teria sofrido com uma mudança drástica na glicemia, que subiu para 240, conforme relato do familiar.

Glicemia é a quantidade de glicose (açúcar) no sangue. É um indicador do metabolismo da glicose e é usada para monitorar condições de saúde, como o diabetes. Edvaldo frisa que o sobrinho era saudável e nunca precisava procurar atendimento médico na cidade. "Ele achava que poderia ser diabetes por causa da glicemia que subiu, mas ele nunca teve quadro de diabetes. Meu sobrinho procurou ajuda na UPA para pedir exames e saber o que estava acontecendo com ele", diz. 

Ainda conforme relato dos familiares, quando chegou na unidade de saúde no dia 5 de março, Maycon foi medicado apenas com dipirona. "Não foi pedido nenhum tipo de exame. O médico fez apenas uma avaliação visual e mandou ele embora", lembra Edvaldo. "Se tivessem pedido algum exame complementar, isso não tinha acontecido. É uma indignação total", se revolta o tio, que trabalha como motorista particular em Apucarana e está representando a família na busca por justiça.

"Estou tomando a frente porque ela (a mãe do jovem) não está conseguindo nem falar sobre a situação. Tanto ela quanto a viúva", lamenta o tio. Maycon era casado e pai de dois filhos, um menino de 8 anos e um bebê de 8 meses. Toda a família vive um momento de indignação e tristeza, mas pretende transformar a dificuldade em motivação. Eles organizam uma manifestação na cidade, em memória do jovem. "Estou tentando mobilizar Apucarana, estou tentando que a população se una para cobrar justiça, não só pelo Maycon mas por um Sistema Único de Saúde melhor", pontua Edvaldo. O protesto ainda não tem data marcada para acontecer.

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"É um sofrimento que vai se transformar em combustível para a gente ir para cima e conseguir mudanças", diz também o motorista. "Que a história do meu sobrinho não seja apenas uma estatística. Que a história do meu sobrinho tenha justiça. Que a história do meu sobrinho sirva de lição, e que a mudança aconteça para Apucarana. Porque hoje, minha família sofre, mas amanhã pode ser outra", finaliza.

O que diz a Saúde de Apucarana?

A reportagem do TNOnline conversou com o secretário de Saúde, Guilherme de Paula, que negou qualquer tipo de negligência no atendimento. Segundo ele, o paciente chegou com um quadro de dor de cabeça, sem nenhum outro sinal de alarme, e foi medicado."O médico que fez o atendimento seguiu todos os protocolos. Foi uma fatalidade o que aconteceu", disse. Segundo ele, o paciente não tinha histórico médico na rede municipal de saúde. 

Ele afirmou que o prontuário médico está à disposição da família e será liberado assim que o pedido for feito, conforme manda a lei.