Inaugurado em dezembro de 2019, o Memorial da Diocese de Apucarana guarda a história da igreja na região e também no Paraná. O espaço mostra, por meio de objetos, documentos e fotografias catalogados em ordem cronológica, a trajetória da evangelização desde 1610, quando os jesuítas instalaram suas primeiras missões no Oeste do Paraná. O memorial está localizado na Cúria Diocesana de Apucarana e pode ser visitado por meio de agendamento. Veja matéria em vídeo abaixo
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"Esse memorial traz 413 anos de história precisamente, desde quando os padres jesuítas chegaram para fundar a redução de Nossa Senhora de Loreto em Itaguajé. Anos mais tarde, já fundaram Santo Inácio e, assim, essas reduções foram acontecendo em todas as regiões do Guairá", diz o padre José Roberto Rezende, curador e responsável pelo memorial.
As missões jesuíticas no oeste do Paraná foram as diversas reduções fundadas pelos padres da Companhia de Jesus entre 1610 e 1628 no território que atualmente corresponde ao oeste do Estado, na região chamada de Guairá. Essas reduções jesuíticas foram destruídas, entre 1628 e 1629, por ação dos bandeirantes.
Apesar da abrangência estadual, o memorial surgiu inicialmente para preservar as peças do bispo emérito de Apucarana, Dom Domingos Gabriel Wisniewski, após a sua morte em julho de 2010. Entre o material recolhido estão os paramentos usados por Dom Domingos, como uma mozeta dada por João Paulo II ao religioso, várias relíquias de santos, como São Vicente de Paulo, Santa Luísa de Marilac e Catarina Labouré, e uma amostra de terra do túmulo de São Pedro, retirada do Vaticano no início da década de 1950.
A exposição conta com um vasto acervo, itens exclusivos e outros raros mundialmente, como um exemplar oficial em latim da Conciliação Ecumênica do Vaticano II, dada ao Bispo Dom Romeu Alberti pelo Papa, vestes do Papa Dom João Paulo II e pedras do túmulo de São Pedro, apóstolo e primeiro Papa da história, que se encontra sepultado em Roma.
A Catedral Nossa Senhora de Lourdes, em Apucarana, completou 80 anos em 2023, e a Diocese de Apucarana completa 60 anos em 2025, possuindo muitas histórias e memórias para compartilhar, as quais também estão presentes no Memorial da Diocese.
Padre Rezende salienta que o museu não é um local que guarda o passado. “O memorial é o coração, é o lugar, é o espaço onde a história aqui se retrata, mas não no sentido de lembrar o passado, só não! Mas um compromisso com o presente e uma certeza de que podemos esperar um futuro cada vez melhor”, destacou.
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