O Instituto Santa Clara, que administra cinco hospitais no Paraná e Santa Catarina, além de várias outras unidades púbicas de saúde, será a instituição que irá assumir o Hospital do Coração, em Apucarana. A informação foi divulgada na manhã desta sexta-feira (26) pelo deputado federal Beto Preto (PSD), que concedeu entrevista sobre o assunto ao TNOnline, ao lado do médico Hélio Kissina e do advogado Luiz Carlos Leitão. A unidade vai atuar na área de cirurgias eletivas. Veja entrevista completa abaixo
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O Hospital do Coração Torao Tokuda foi inaugurado em fevereiro de 2012 e funcionou como ambulatório – sem a realização de cirurgias - até agosto de 2014 em terreno da Associação Cultural e Esportiva de Apucarana (Acea), quando o convênio que mantinha com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região (Cisvir) foi encerrado. Desde então, o local está fechado.
A reabertura foi possível graças a um acordo judicial firmado pela Fundação Vilela Batista, administrada pelo médico Randas Vilela Batista, e a Acea. O prevê a devolução do terreno e o repasse das benfeitorias construídas no local à Acea com a condição de que toda a estrutura seja, por sua vez, repassada a uma outra instituição que deverá reabrir o local.
O Instituto Santa Clara tem origem em Candói, na região central do Paraná, onde inaugurou em 1992 o Hospital Santa Clara. Atualmente, a instituição também tem mais outros dois hospitais próprios: Pequeno Anjo, em Itajaí (SC); e Menino Deus, em Curitiba (PR). Também administra o Hospital Municipal de Roncador (PR) e o Hospital da Criança em Chapecó (SC), além do Centro de Estimulação e Reabilitação em Transtorno do Espectro Autista (Certea) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em São José (SC), a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Garuva (SC) e o Samu no Rio Grande do Norte, além de realizar cirurgias eletivas como prestador de serviços do governo estadual no Hospital Regional de Guarapuava.
O deputado federal Beto Preto, que atuou até julho deste ano como secretário de Estado da Saúde, explica que o investimento na reforma e na gestão do hospital será totalmente custeado pelo Instituto Santa Clara, sem gastos públicos. "O hospital atenderá exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), dentro do programa Opera Paraná, que é atualmente o maior programa de cirurgias eletivas do país", diz Beto Preto. Segundo ele, a previsão para o início de operações é setembro. O Instituto Santa Clara mantém a matriz em Candói e tem sua sede administrativa em Curitiba.
Pelo acordo judicial, a unidade manterá o nome de Hospital Torao Tokuda e também a arquitetura no estilo oriental. No entanto, terá como foco as cirurgias eletivas. "O Hospital Torao Tokuda, com capacidade inicial de 60 a 80 leitos, representará um reforço significativo no atendimento médico da região, especialmente em cirurgias de média complexidade. O hospital não substituirá os serviços do Hospital da Providência, mas complementará o atendimento, ajudando a reduzir as filas de espera", assinalou.
Beto Preto destacou a importância da gestão adequada na saúde pública. "Saúde tem que ser construída por pessoas que conhecem saúde. Não se pode brincar de fazer saúde, caso contrário você fica refém de narrativas que não são as corretas. Este hospital vai funcionar pelo SUS, com pagamento mensal feito pelo Fundo Estadual de Saúde e, secundariamente, pelo Fundo Nacional de Saúde, conforme a produção na cidade," disse.
Ele disse ainda que é "crucial" planejar o perfil do hospital antes de iniciar obras para evitar problemas futuros. "Estamos celebrando este momento graças à boa vontade da colônia japonesa e à articulação do advogado Luiz Carlos Leitão e do médico Hélio Kissina. Não estamos criando uma narrativa de ilusão, mas, sim, uma narrativa de decisão, que colocará o Paraná em um novo nível de assistência hospitalar", pontuou Beto Preto.
O advogado Luiz Carlos Leitão, que intermediou o acordo entre o médico Randas Batista e a Acea, destacou o comprometimento da comunidade japonesa com a cidade. Ele explicou que o processo começou como uma conversa informal, mas ganhou força com o desejo do médico Randas Batista e da comunidade japonesa de Apucarana de finalizar o projeto do hospital. "A colaboração entre a Associação Cultural e Esportiva de Apucarana e a Fundação Vilela Batista foi fundamental para a homologação do acordo judicial", disse o advogado.
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O médico Hélio Kissina destacou a importância da reativação do hospital. "A previsão é que o Hospital Torao Tokuda esteja em pleno funcionamento a partir de setembro deste ano, trazendo mais agilidade e qualidade no atendimento à população. Além de melhorar os serviços de saúde, o hospital também gerará empregos na cidade, com a contratação de profissionais locais em diversas áreas", salientou.
Segundo ele, o hospital está passando por reformas para se tornar apto a realizar cirurgias eletivas, um passo importante para reduzir as filas de espera na região. "A expectativa é que cerca de 400 cirurgias mensais sejam realizadas, abrangendo áreas como cirurgia geral, ginecológica, vascular e urológica," explicou o médico.
Por Lis Kato e Fernando Klein