O índice de evasão escolar entre estudantes da rede pública estadual dos municípios pertencentes ao Núcleo Regional de Educação (NRE), de Apucarana, chega a 13%. Veja o vídeo abaixo
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A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira (24) em uma reunião organizada pelo NRE de Apucarana junto à comunidade escolar, com a presença de representantes da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) e do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Dezenas de famílias compareceram ao evento, que aconteceu no auditório do Colégio Estadual Nilo Cairo.
“Em Apucarana, temos quase 10 mil alunos na rede estadual. E, atualmente, temos uma média de quase mil alunos que não estão presentes na escola hoje. Estamos com 87% de frequência diária de alunos atualmente”, destacou ao TNOnline a professora Rute Boratto, que atua no Programa de Combate ao Abandono Escolar no NRE de Apucarana.
De acordo com ela, o objetivo da reunião é alertar às famílias para que não deixem que esses estudantes acabem repetindo de ano por questão de baixa frequência nas aulas.
“O nosso temor é que esses alunos que acabam repetindo de ano fiquem desanimados para fazer a matrícula novamente”, pontua.
As causas que levam estudantes a deixar de frequentar a escola são diversas. No entanto, segundo Rute, as mais comuns são relacionadas à dificuldade para aprender e por questões econômicas, sociais ou de saúde.
“Temos causas internas e externas. As internas são, por exemplo, as dificuldades de aprendizagem que os alunos têm, já as externas são doenças físicas ou mentais, a necessidade de trabalhar, a violência que ocorre na comunidade. A situação financeira das famílias também contribui para a evasão”, explica.
O promotor da Vara da Infância e Juventude do Ministério Público de Apucarana, Pedro Gabriel de Almeida, explica que a reunião com a comunidade escolar visa destacar a importância das famílias participarem ativamente da vida escolar dos alunos.
“A finalidade é conscientizar os pais e às famílias para que o direito à educação seja garantido. O papel da família é fundamental juntamente do estado”, diz.
Na ocasião, o promotor também pontuou sobre a atuação do Ministério Público diante da questão da evasão escolar.
“Nós explicamos que, no Ministério Público, avaliamos cada caso e se verificarmos que tem alguma omissão ou negligência por parte dos pais ou responsáveis. Eles podem ser responsabilizados, tanto na seara civil quanto criminal”, explica.
Almeida também lembra que os responsáveis que podem ser penalizados até mesmo com a prisão.
“Administrativamente pelo ECA é imposta multa, já a responsabilização criminal pode gerar até mesmo a detenção”, observa.
Karla Panichek, da Rede de Proteção da Seed-PR, destaca que é fundamental que as famílias estejam atentas à presença dos estudantes na escola.
“Esse momento é importante para relembrarmos as famílias da necessidade de acompanharem a vida escolar dos filhos, uma responsabilidade que vai muito além de se fazer a matrícula”, diz.
Ela completa lembrando que a rede de proteção existe para auxiliar às famílias. “Vamos supor que essas faltas acontecem por alguma outra situação. A escola está lá para auxiliar às famílias dentro da rede de proteção”, finaliza.
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