A onda de calor que atingiu o Paraná nos últimos dias deixou a população em alerta por conta da baixa umidade do ar que prejudica a saúde e aumenta o risco incêndio ambiental. Dados do Sistema de Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros mostra que somente no mês de agosto, que ainda não terminou, foram 122 ocorrências de incêndio ambiental na área do 11º Grupamento de Bombeiros de Apucarana que atende 22 municípios da região, pouco mais de cinco ocorrências por dia. O número é 120% maior que o mesmo período do ano passado quando 55 queimadas foram atendidas na região. No acumulado do ano, janeiro a 22 de agosto, foram 602 atendimentos prestados, um crescimento de 115% em comparação ao ano anterior.
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Somente entre os dias 16 e 22 de agosto foram 53 ocorrências atendidas. A data coincide com a chegada de uma onda de calor que atinge o Paraná e outros oito estados, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) "Nos últimos dias o número de incêndios ambientais aumentou bastante na nossa região. Então as ocorrências são atendidas conforme a prioridade com relação aos riscos que possam se causados", explica a tenente do Corpo de Bombeiros, Ana Paula Zanlorenzi.
De acordo com ela, o fator humano ainda é a principal causa dos incêndios ambientais registrados na região e em todo o Paraná. "A maioria começa por conta da ação humana, quando a pessoa joga uma bituca de cigarro na beira da estrada, ou principalmente quando faz de forma intencional, colocando fogo em lixo e esse fogo acaba se propagando para área de mata, e as pessoa que fazem isso de forma criminosa. Recentemente, em Mandaguari, um cidadão foi flagrado por câmera de segurança ateando fogo em uma extensa área. Inclusive, faz alguns dias que o Corpo de Bombeiros está combatendo essas chamas nessa região. Então, a grande maioria dos incêndios ambientais são causados por pessoas que agem de forma criminosa", afirma.
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Uma pesquisa da universidade norte-americana Harvard indica os impactos da inalação da fumaça gerada pelas queimadas na saúde humana.
"Esses incêndios prejudicam a comunidade de uma forma geral, isso porque a fumaça prejudica as pessoas que têm problemas respiratórios, atrapalha a visão dos motoristas que trafegam pelas rodovias aumentando risco de acidentes, causam danos ambientais e também materiais quando atingem imóveis”, ressalta a tenente do corpo de bombeiros, Ana Paula Zanlorenzi.
A tenente pede ajuda da população com denúncias na Guarda Civil Municipal e secretaria Municipal de Meio Ambiente. "As pessoas que praticam esses atos podem ser responsabilizadas tanto civil quanto criminalmente", destaca.
COMO A UMIDADE DO AR INFLUENCIA O FOGO
A umidade relativa do ar influencia fortemente no grau de dificuldade de combate aos incêndios e, quando está abaixo dos 30%, torna-se muito difícil o seu controle. Durante o dia, o ar está mais seco e tanto os combustíveis, quanto a vegetação perdem umidade para o ar, que sobe, facilitando a propagação do fogo.
NOVE ESTADOS EM ALERTA
Na tarde de ontem, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) expandiu o alerta vermelho para baixa umidade e onda de calor em nove estados do país. Na escala do órgão, o alerta vermelho para onda de calor representa risco à saúde, com temperatura 5ºC acima da média por um período maior do que cinco dias. O aviso é válido até sexta-feira (23).
Além do Paraná, o alerta vale para o mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Minas gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.