O número de veículos eletrificados em circulação na região, sejam eles 100% elétricos ou híbridos, aumentou 284% em menos de três anos. Em dezembro de 2019, eram apenas 32 unidades e agora são 123. Os dados são do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e foram organizados e disponibilizados pela NeoCharge, uma empresa especializada na área de serviços e produtos elétricos.
São três classificações de modelos nesse segmento: elétrico, híbrido e híbrido plug-in. Os elétricos têm motor 100% alimentado por uma bateria recarregável. Já os veículos híbridos contam com motor à combustão e outro elétrico, que recarrega durante a frenagem. Os híbridos plug-in, por sua vez, são recarregáveis também na corrente elétrica, de forma similar aos 100% elétrico.
Arapongas é a cidade da região com mais veículos desse tipo. São 58 no total, segundo dados referentes ao mês de maio de 2022.
São 5 elétricos, 12 híbridos plug-in e 41 híbridos convencionais. Em 2019, eram 14: 12 híbridos e 2 plug-ins.
Apucarana tem 28 veículos, sendo 19 híbridos e 9 plug-ins. Em 2019, também eram 14: 12 híbridos e 2 plug-ins. Ivaiporã (9), Jandaia do Sul (7) e Faxinal (4) são outras cidades que se destacam no ranking de cidades da região com esses modelos nas ruas.
O setor está em franca expansão e as montadoras devem ampliar as opções no mercado. Segundo projeção da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Brasil deve contar com pelo menos 3,2 milhões de veículos elétricos até 2035. Atualmente, são 92.621 em circulação no país, entre elétricos e híbridos. O Paraná conta com uma frota atual de 6.363 modelos do tipo.
Os preços ainda são um desafio para quem pretende rodar com um carro mais ecológico. Entre os carros elétricos de passeio, os mais baratos estão na faixa entre R$ 140 mil e R$ 160 mil. No entanto, são poucas as opções abaixo de R$ 200 mil. A maioria tem valores acima até de R$ 300 mil, segundo sites especializados consultados pela reportagem.
Em Faxinal, o eletricista Alex Martin é dono de um Bolt, da Chevrolet. Com pós-graduação na área de engenharia elétrica, ele é um entusiasta e um estudioso da área. Após analisar as opções de mercado, Martin adquiriu o modelo no ano passado.
O eletricista elogia o carro pela potência (203 cavalos), rapidez de torque e ausência de ruído. “É um carro excelente, porque não tem nenhuma manutenção”, afirma, citando que sequer a pastilha de freio precisa ser trocada.
Quanto ao carregamento da bateria, ele afirma que já há pontos de abastecimento disponíveis. O mais próximo na região fica em Mauá da Serra. No entanto, o eletricista explica que o dono de um carro elétrico precisa planejar sua viagem mais detalhadamente do que um motorista convencional, calculando a autonomia até o ponto mais próximo de recarga.
Quanto à economia, Martin é enfático. Segundo ele, os gastos são muito menores comparados ao combustível convencional. Com R$ 50, exemplifica, é possível rodar entre 480 e 590 km, que é autonomia da bateria atual do Bolt após um recall - a original tinha autonomia de 416 km.
No entanto, ele afirma que é preciso analisar e se atentar para os modelos. Há carros com baterias menores, mais compactos. Por isso, é importante estudar antes de investir. Em casa, ele instalou um wallbox, que é um sistema que funciona como uma espécie de “transformador”, com a energia vinda direta do poste da Copel, o que acelera o carregamento. Entusiasta, o eletricista já está planejando a compra de outro veículo elétrico. O modelo pretendido agora é um da marca Volvo.
Por, Fernando Klein