Filme de terror apucaranense, "A Bruxa do Cemitério" completa 20 anos

Autor: Da Redação,
sábado, 25/05/2024
Cineasta Semi Salomão ganhou as páginas dos cadernos de cultura dos principais jornais do País

O filme "A Bruxa do Cemitério" completa 20 anos de lançamento nesta quinta-feira (30). Gravado em Apucarana (PR) e roteirizado pelo cineasta Semi Salomão Neto, o longa-metragem pode ser considerado um clássico do cinema alternativo nacional e ganhou as capas de cadernos de cultura de grandes jornais do país. (Veja a entrevista em vídeo abaixo)

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A história apresenta um grupo de jovens que, após uma festa regada a álcool e drogas, acaba acidentalmente matando um dos amigos. Eles, então, resolvem esconder o corpo em uma região inóspita, onde se deparam com forças sobrenaturais e com o espírito de uma bruxa, que habita um cemitério que existe na localidade e que começa a perseguir um a um dos jovens.

Foto por Divulgação
 

O filme marcou o início da carreira de diretor de Semi Salomão. Ele conta que sua inspiração foi um clássico do cinema internacional. "Eu assisti ‘A Bruxa de Blair’ e me apaixonei por aquele filme”, revela. 

A ideia de fazer o filme, segundo Salomão, surgiu ainda na sua adolescência, quando conheceu o cemitério ucraniano, na zona rural de Apucarana. “Uma vez, quando eu era adolescente, passeando pela área rural, conheci o cemitério ucraniano e fiquei apaixonado pelo local. Surgiu ali o sonho de um dia fazer um filme ali”, lembra.

Foto por Divulgação
 

Ele relata que passou a ouvir diversas lendas e histórias sobre supostos acontecimentos no local. “Os antigos diziam que tinha uma mão voadora que perseguia as pessoas na escuridão, relatavam assombrações também, como uma mulher de preto que aparecia por ali”, conta.

Ele lembra trabalhava com audiovisual quando decidiu começar a fazer filmes. “Eu tinha um programa de TV na época e, uma vez, decidi juntar os amigos e fazer esse filme. A princípio, deveria ser um curta ou uma dramatização para o meu programa, mas acabou se tornando um filme.  Eu sempre busquei trabalhar com o que tinha em mãos, nunca foi algo intelectualizado, sempre busquei fazer algo meu mesmo”, explica.

Os artistas que fizeram parte do elenco eram pessoas próximas ao cineasta. “Os atores eram meus amigos. A Irene, que fez a bruxa, uma vez me contou que tinha vontade de fazer esse papel. A Juliana Petchak era do elenco do meu programa. Também incluí minha namorada na época”, conta.

O orçamento para filme, segundo o cineasta, girou em torno de R$ 1 mil. “Não foi uma coisa que eu premeditei, o orçamento foi basicamente o combustível, alimentação e produtos para a criação das cenas”, diz.

A exibição também contou com um grande esforço de Semi Salomão, que chegou a comprar um projetor para que o filme pudesse ser exibido em Apucarana. “O Cine Teatro ainda não tinha um projetor de imagens, então eu comprei um projetor para exibirmos o filme”, lembra.

Após isso, ele produziu mídias para distribuição em locadoras. “Depois da projeção, eu fiz DVDs e fitas VHS e distribuí pelas locadoras de Apucarana e região. E até onde sei, foram muitas pessoas que locaram o filme para assistir”, conta.

Recepção do público

O cineasta conta que, em Apucarana, o trabalho teve uma ótima repercussão. “Como já havia feito um filme antes, a recepção do público apucaranense foi muito boa. As pessoas me apoiaram muito”, diz.

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Pouco tempo depois, Semi Salomão ganha projeção nacional com o filme. “Quando o filme foi capa do ‘Caderno 2’ do jornal 'O Estado de São Paulo', ganhei muita projeção. Meu telefone não parava de tocar, foram muitos convites na mídia. Uma matéria em 'O Globo' também deu destaque”, lembra.

Foto por Louan Brasileiro
  

A partir desse momento, o cineasta viajou para muitos lugares e passou a fazer parte do circuito nacional do cinema. Ele também fez grandes amizades com artistas e profissionais que sempre admirou.  “Carlos Verezza, meu grande amigo, Elba Ramalho, Isadora Ribeiro, que participou do meu último filme. Artistas de projeção nacional que apoiam o meu trabalho”, ressalta. O filme também repercutiu em jornais, blogs e sites estrangeiros.

O futuro

A obra já teve uma sequência, que foi lançada no ano de 2009, “A Bruxa do Cemitério 2”. Mas Semi Salomão revela que pensa em novos projetos para o futuro. “Já pensei em fazer um remake ou até mesmo uma continuação do filme, vamos ver”, diz.

O cineasta também convida as pessoas que ainda não assistiram a assistir a obra, que está disponível em seu canal do YouTube. Assista clicando aqui.

 “O filme, acima de tudo, oferece uma história e uma verdadeira experiência. Muitos vão dar risada, muitos vão questionar a qualidade, outros vão gostar muito... São as mais diversas reações”, finaliza.

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