Dia mundial contra Aids: casos positivos de HIV caem 25% em Apucarana

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 01/12/2023
Teste ofertado pelo Natta é rápido, gratuito e sigiloso

Os diagnósticos positivos de HIV caíram 25% neste ano, em Apucarana, no norte do Paraná. De janeiro a novembro deste ano 45 testes deram positivo contra 60 no mesmo período do ano passado. Os dados são do Núcleo de Aconselhamento, Testagem e Tratamento de Apucarana (Natta) e foram divulgados nesta sexta-feira, 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Em relação ao perfil dos positivados com o vírus, a maior parte são homens com idades entre 19 e 28 anos que se declararam em relacionamentos fixos. 

Para a enfermeira do Natta, Valentina de Campos Leal, a queda está relacionada às ações desenvolvidas na cidade, com a ampliação dos trabalhos de conscientização. "Neste ano fomos em muitas escolas estaduais com palestras e dinâmicas. Essa era uma ação que há muito tempo a gente não conseguia", afirma Valentina ressaltando que o núcleo estará presente na Parada da Diversidade do Vale do Ivaí, que ocorre neste domingo (3) em Apucarana, com a distribuição de preservativos e panfletos com orientações.  

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A ampliação dos testes rápidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para o público em geral também integra as ações preventivas. "Antes as UBS estavam mais focadas em testes de gestantes e hoje fazem geral. Mas nessas unidades tem o dia específico na semana para fazer. Se a pessoa quer fazer no mesmo dia é só procurar o Natta e apresentar documento com foto. Não precisa de autorização ou encaminhamento médico", informa.

O teste rápido é feito na hora e em 20 minutos a pessoa descobre se está ou não com HIV, sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana. O vírus é o causador da Aids (da sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), doença que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. "Ter o vírus não significa estar doente. A gente fala que a pessoa está convivendo com o vírus HIV. Esse vírus destrói o sistema imunológico. Ninguém morre de Aids, morre por consequência das doenças oportunistas", explica. 

Além dos testes rápidos, o Natta também oferece tratamento para Aids com acompanhamento feito por um médico infectologista e a medicação também é distribuída pelo Ministério da Saúde e entregue pela farmacêutica do núcleo. "Esse tratamento mudou muito ao longo dos anos. Antigamente era o famoso coquetel que era uma mistura de drogas e que causava muitos efeitos colaterais. Hoje em dia são mais de 20 tipos de drogas usadas de acordo com cada caso. E a maior parte dos pacientes que seguem o tratamento adequado usam dois comprimidos por dia, que mantêm a saúde estável. Quem faz o tratamento certinho tem qualidade de vida melhor que muitas pessoas, pois fazem check up duas vezes ao ano", afirma.

DOENÇA AINDA É ESTIGMATIZADA

A Aids ainda é muito estigmatizada vinculada ao homossexualismo, prostituição  e vida sexualmente ativa. Entretanto, o levantamento do Natta aponta que a maior parte dos infectados são pessoas que mantém relacionamento com parceiro fixo. "Quem pega HIV é uma pessoa como outra qualquer. Não tem como identificar em tem HIV, hepatite C, sífilis. Os relacionamentos fixos estão trazendo mais casos positivos para gente do que os relacionamentos ocasionais", afirma Valentina.

O Natta também realiza testes rápidos hepatites virais (B e C) e sífilis. O núcleo fica na Rua Jamil Soni, no  Bairro 28 de Janeiro, em Apucarana e o horário de atendimento é das 7 às 17 horas. 

QUEDA NA MORTALIDADE POR AIDS

Nos últimos dez anos, o Brasil registrou queda de 25,5% no coeficiente de mortalidade por Aids, que passou de 5,5 para 4,1 óbitos por 100 mil habitantes. Em 2022, o Ministério da Saúde registrou 10.994 óbitos tendo o HIV ou aids como causa básica, 8,5% menos do que os 12.019 óbitos registrados em 2012. Apesar da redução, cerca de 30 pessoas morreram de aids por dia no ano passado. Do total, de acordo com o novo Boletim Epidemiológico sobre HIV/aids apresentado pelo Ministério da Saúde, 61,7% dos óbitos foram entre pessoas negras (47% em pardos e 14,7% em pretos) e 35,6% entre brancos. Os dados reforçam a necessidade de considerar os determinantes sociais para respostas efetivas à infecção e à doença, além de incluir populações chave e prioritárias esquecidas pelas políticas públicas nos últimos anos.