Representando o Brasil, o atleta de Apucarana, no norte do Paraná, Giovane Vieira de Paula, de 23 anos, gravou um vídeo para os leitores do TNOnline, contando sobre a experiência que está vivendo durante os Jogos Paralímpicos de Tóquio.
Conhecido também como Pantera Negra, o jovem disputa na modalidade de paracanoagem e conquistou a vaga após se destacar na Copa do Mundo, em Szeged, na Hungria.
"Fala, pessoal do TNOnline. Nos primeiros dias fiquei na cidade de Hamamatsu, onde a maioria dos brasileiros descendentes de japoneses ficaram. Fomos muito bem recebidos, só que não podíamos sair do hotel por conta da Covid-19. Mesmo assim, está sendo uma experiência incrível", conta o atleta durante a gravação.
Veja:
Em um dos vídeos, Giovane aparece cantando e aproveitando alguns dos momentos de lazer junto de outros atletas. "Aqui, dentro da vila paralímpica, você tem uma liberdade maior. Você pode sair a qualquer momento. O refeitório é muito grande. Tudo funciona durante 24 horas", explica. As competições na modalidade de Giovane começam no dia 1º de setembro e seguem durante os dias 2, 3 e 4 do próximo mês.
Giovane perdeu a perna em um acidente quando brincava com os amigos em um vagão de trem, em Apucarana, quando tinha 11 anos de idade. Mesmo com a amputação e os problemas familiares, o menino se dedicou aos estudos e ao esporte, e hoje é um atleta de destaque em nível mundial.
Paracanoagem
Em 2009, a canoagem paralímpica surgiu por iniciativa da Federação Internacional da modalidade convencional (ICF, na sigla em inglês). O primeiro mundial foi disputado em 2010, na Polônia, quando participaram atletas de 31 países.
Podem competir no esporte atletas com deficiência físico-motora dos dois sexos. A estreia da modalidade no programa paralímpico ocorreu justamente nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Na ocasião, foram disputadas somente as provas de caiaque velocidade 200 metros (m). Mas, em campeonatos de nível nacional, ocorrem também provas de 200 m da canoa Va'a e de velocidade 500 m de caiaque e de Va'a.
A classificação funcional da modalidade divide os competidores em grupos de acordo com o grau de movimentação dos membros inferiores, superiores e do tronco. As classes KL são para aqueles que utilizam o caiaque. Já o VL é destinada à embarcação Va’a.
O número 1, após as letras indicativas da embarcação utilizada, indica que o atleta usa somente os braços na remada. Enquanto isso, o número 2 quer dizer que o atleta usa o tronco e os braços na remada, e o 3 sinaliza que o competidor utiliza os braços, o tronco e as pernas na remada.
Brasil na modalidade
Além do atleta apucaranense, o Brasil será representado na Paralimpíada de Tóquio (Japão) por Adriana Gomes de Azevedo (KL1), Caio Ribeiro de Carvalho (KL3 e VL3), Debora Raiza Ribeiro Benevides (VL2), Fernando Rufino de Paulo (KL2 e VL2), Luis Carlos Cardoso da Silva (KL1 e VL2) e Mari Christina Santilli (KL3).
Nos Jogos de 2016, Caio Ribeiro de Carvalho, após conquistas medalhas nos Mundiais de 2013 e de 2015 na Canoa V1, conquistou o bronze para o Brasil.