O Dia de Finados atrai milhares de pessoas aos cemitérios de Apucarana (PR). O que recebe maior número de visitas é o Cemitério Cristo Rei, que conta com alguns dos jazigos mais visitados da cidade. Assista a matéria vídeo abaixo
O TNOnline foi até o local e registrou cinco das sepulturas mais visitadas em Apucarana. A relação inclui nomes consagrados na história da cidade, que vão desde pessoas que tiveram uma vida "comum" a autoridades e lideranças que marcaram a vida da comunidade local.
Confira:
Túmulo do Aviador
Uma sepultura que chama a atenção por sua ornamentação é a do aviador apucaranense Renato Rodrigues de Freitas, que morreu aos 25 anos, em uma queda de avião no dia 18 de outubro de 2012. A morte precoce de Renato gerou forte comoção na cidade, além de ter sido notícia em vários veículos de imprensa.
Ele morreu após a queda de um avião monomotor em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba. Junto com Renato na aeronave estava Juliano Volski, que também faleceu e foi enterrado na cidade da Lapa. Renato Rodrigues de Freitas estava morando em Curitiba e trabalhava na Helisul Táxi Aéreo Ltda. Os familiares e amigos do piloto estavam muito emocionados durante a cerimônia fúnebre, que aconteceu no dia 20 de outubro de 2012.
O túmulo, que recebe muitas visitas não só no Finados, mas ao longo de todo o ano, possui uma miniatura de avião sobre a lápide, além de uma placa escrita "E se um dia meu avião cair e minha vida na dura rocha se esvair, irei contente, fiz o que quis, lutei como sei, e acima de tudo, venci, pois... Um dia... "VOEI."
Policiais Militares e Bombeiros
A sepultura onde estão enterrados 28 policiais e bombeiros militares é também uma das que mais recebe visitas e homenagens póstumas. Todos os anos, além de familiares e amigos, diversas pessoas visitam o jazigo para homenagear os heróis que morreram em serviço ou em decorrência de enfermidade.
O jazigo possui emblema da Polícia Militar do Paraná (PM-PR) e da Associação dos Militares Estaduais do Vale do Ivaí (Amevi).
Padres Josefinos
Os padres da Congregação dos Oblatos de São José também possuem um jazigo onde figuras importantes da história da região estão sepultadas, como o padre José Canale, padre Ângelo Casagrande e padre Francisco Guffi.
Outro sacerdote que também está enterrado neste jazigo é o padre Severino Cerutii, que foi um dos pioneiros do santuário e do colégio São José de Apucarana e que teve uma morte trágica, que chocou todo o Paraná.
O padre foi assassinado com golpes de uma chave de fenda no dia 31 de janeiro de 1967 nas dependências colégio durante um latrocínio. Ele teve seu veículo e sua arma roubados na ação. O assassino foi preso em Ortigueira e enviado a uma prisão em Curitiba.
Padres Diocesanos
Os sacerdotes da Diocese de Apucarana também possuem um jazigo especial, que recebe homenagens dos católicos. Neste túmulo, estão sepultados cinco padres: o padre Tadeusz Wröbel, falecido em 1992; padre Tito Cerasoli, também falecido em 1992; Tarcisio Chicco, que faleceu em 2013, Francisco Oscar Lenartovic, que morreu em 2021 e o padre Egídio de Vidi, falecido em 2020.
O padre Egídio de Vidi nasceu na Itália, perto de Treviso, no dia 26 de dezembro de 1924. Em 1º de setembro de 1949, entrou para o Seminario do Pontifício Instituto das Missões e após um ano de Filosofia Complementar, cursou a Teologia em Milão.
Em 21 de junho de 1965, chegava a Catedral Diocesana de Apucarana. Em 1967 assumiu a Paróquia Cristo Proteta, onde permaneceu por 36 anos.
Com a idade já avançada se tornou vigário da Paróquia Cristo Rei em Apucarana onde colaborou até os seus 94 anos. Ele morreu em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) na manhã do dia 1 de junho de 2020, deixando um grande legado de fé e dedicação entre os católicos de Apucarana.
Maria do Café
Maria Cardosina de Jesus Prates, a Maria do Café, marcou época em Apucarana. Até hoje é lembrada pelo seu dom de acalmar aqueles que a procuravam pedindo ajuda, muitas vezes com simples palavras e gestos. O túmulo de Maria do Café é um dos mais visitados no Cemitério Cristo Rei.
Maria do Café nasceu em 13 de fevereiro de 1926 em Mato Verde (MG). Veio com o marido João Moreira Prates para Apucarana em 1947. Eles foram morar na região na região do Jardim Diamantina, onde havia uma antiga fazenda de café. Em 1951, ela começou a atender a população.
Ela morreu em 2 de junho de 1999, aos 73 anos de idade. Maria do Café dá nome a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no Jardim Ponta Grossa e seu legado de amor e dedicação ao próximo permanece na memória dos apucaranenses.
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Por Louan Brasileiro