Após mais de 50 dias de seca, a chuva voltou a cair na região de Apucarana nos últimos dias. No entanto, o índice de precipitação pluviométrica registrado até agora nem de longe aliviou a agricultura. A falta de chuvas já trouxe prejuízos irreversíveis, com quebra de 20% na colheita de milho e consequências também para o trigo e a aveia, que estão na fase de desenvolvimento.
Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), apenas 9,9 mm de chuva foram registrados desde 1º de agosto em Apucarana, sendo 3,2 mm desse total apenas nesta segunda-feira (8) até as 15 horas.
O meteorologista Reinaldo Kneib explica que a última chuva consistente na região ocorreu em 17 de junho, quando foram registrados 17 mm. Desde então, o clima é seco. O mês de junho ainda fechou com 58,3 mm de chuva por conta das primeiras semanas, mas em julho foram apenas 3 mm. Em 2021, a situação foi um pouco melhor, com 58,4 mm em junho, 44,8 em julho e 29 mm em agosto.
“As frentes frias não estão encontrando umidade suficiente. Por isso, a falta de chuva”, explica Reinaldo. No entanto, a expectativa é de que a chuva ainda apareça nos próximos dias. Nesta terça-feira (9), por exemplo, o site do Simepar projeta 55,8 mm para Apucarana. O Climatempo, outro instituto de meteorologia, é mais comedido, com previsão de 35 mm.
O economista Paulo Sérgio Franzini, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Abastecimento e Agricultura (Seab), de Apucarana, espera a confirmação da chuva para esta terça-feira. “Apenas uma chuva boa, de 50 mm, terá algum impacto, mas é importante salientar que o prejuízo já ocorreu e não há como a chuva reverter o quadro”, afirma.
Ele explica que a região (são 13 municípios pertencentes à regional da Seab de Apucarana) está na fase de colheita do milho (segunda safra), com 55% da área prevista (55.650 hectares) já colhida. A previsão de produção é de 330 mil toneladas, com perdas de 20%.
Além do milho, o trigo e a aveia -duas culturas de inverno- estão na fase de frutificação e maturação. “O potencial de produção também foi afetado. A chuva pode ajudar apenas as lavouras mais novas, mas o prejuízo também é inevitável”. Franzini afirma que somente após o início da colheita, dentro de 10 a 20 dias, será possível fazer uma projeção de quebra.
A área plantada de trigo soma 40 mil hectares, com produção estimada de 118 mil toneladas. Já área plantada da aveia é de 12 mil hectares na regional, com produção estimada de 30 mil toneladas.