Após dar depoimento na 17ª Subdivisão Policial, nesta sexta-feira (28), o caminhoneiro Adilson Mota, morador de Turvo-SC, deu detalhes de como foi o sequestro em que ele foi vítima na quinta-feira (27), em Apucarana, no norte do Paraná.
O sequestro teve início por volta das 16 horas, na região do Parque Industrial Norte, mas o crime teve início antes. O caminhoneiro contou que, através de um aplicativos de fretes, foi chamado para um suposto serviço em Apucarana, onde ele carregaria adubo. No entanto, ao chegar no local combinado, na Rua Aço, foi surpreendido por criminosos armados.
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"Desci do caminhão para perguntar o endereço do meu carregamento e quando voltei já tinham três vagabundos na porta da carreta me abordando com duas armas, um com cano cumprido e outro com cano curto, daí me jogaram para um carro e só vi quando estava numa casa, pois me enrolaram com um pano na cabeça. O caminhão eu sei que é uma ferramenta, mas eu fiquei com medo da morte", contou Adilson.
O trabalhador disse que ficou em cárcere privado em um local que parecia ser uma residência, onde, inclusive, haviam mais pessoas além dos criminosos que o sequestraram. "Seria uma casa fechada, um barraco, tinha família, gente, cachorro, eles estavam em três e um deles só falava em matança. Na hora que achei que ia morrer, entreguei tudo, minha chave de Pix, mas eu não tinha nenhum real, aí eles ficaram mais indignados porque não dava para recuperar dinheiro de mim e queriam o telefone da minha família para me liberarem", disse.
Durante o sequestro, a Polícia Civil de Apucarana conseguiu rapidamente recuperar o caminhão, que foi deixado aberto e no meio da rua. A ação criminosa, em que a vítima foi colocada dentro de um Gol branco pelos bandidos, foi vista por populares e flagrada por câmeras de segurança, imagens que foram entregues aos investigadores. O carro foi encontrado horas depois, na região do Residencial Fariz Gebrim, Zona Sul de Apucarana
O caminhoneiro relatou que chegou a ser agredido por um dos assaltantes. "Eles estavam mentindo que o caminhão já tinha sido desovado, mas não desovaram porque foi a polícia que resgatou, mas estavam me botando pressão para me dizerem que se eu não desse dinheiro, o próximo a ser desovado seria eu. Me deram uns chutes para eu confessar umas coisas, fui bem maltratado psicologicamente, mas nada de sofrer escoriação", contou.
Após aproximadamente cinco horas preso, a vítima foi liberada pelos criminosos, que seguem foragidos. “Eu fui liberado umas 21h num ponto, na beira de um trilho de trem, onde passou um taxista e me levou para a UPA, depois fui levado ao posto da Brigada", disse Adison, que alertou os demais caminhoneiros para tomarem cuidados com aplicativos de fretes. "Quem ligou para mim foi um cara que se passou por transportadora, então quero alertar que nós motoristas temos que tomar bastante atenção, porque tem gente usando o aplicativo de fretes para induzir o roubo, ainda bem que eu saí com vida", finalizou.
Assista um trecho da entrevista com a vítima: