Em meio às prateleiras, centenas de anos de histórias. Produtos do século passado se misturam a máquinas fotográficas dos anos 90, televisores preto e branco e máquinas de escrever com pelo menos meio século de fabricação. Garimpando bem, também é possível encontrar gibis antigos, discos de vinil e fitas cassetes, brinquedos, eletrodomésticos dos anos 60, malas, ferramentas e até talheres e pratos. Tudo caoticamente misturado pelos corredores da loja, fazendo o cliente viajar no tempo, enquanto caminha pelo lugar. Este é o cenário de um antiquário localizado na Rua Ponta Grossa, região central de Apucarana (PR). Veja reportagem em vídeo abaixo
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A freguesia é diversa: desde técnicos que procuram produtos para retirar peças, colecionadores apaixonados pelas antiguidades e curiosos, que sempre passam para dar “uma olhadinha”.
Aderaldo Alves da Silva é o responsável pelo local. Há 25 anos, ele se dedica ao resgate e coleção de peças históricas. Colecionador, ele vê o ofício como uma missão para preservar memórias.
“Entrei nesse ramo para popularizar o acesso das pessoas às coisas antigas, para quem não tem acesso à museus, por exemplo. A gente garimpa bastante nas redes sociais, procuro objetos nas residências, locais que estão sendo demolidos, o pessoal não valoriza e acaba se desfazendo das coisas antigas, então a gente faz esse resgate. Muita gente também, que já conhece nosso trabalho, traz peças bem legais aqui pra gente recuperar, deixar seguir a história, não deixar a história morrer”, conta o colecionador.
Ele conta que na loja os clientes podem encontrar objetos muito antigos, como telégrafos do século XVIII, máquinas fotográficas da época da segunda guerra, entre diversos outros produtos que não se encontram facilmente. Até documentos que mostram projetos do início de Apucarana, fazem parte do acervo da loja.
“Tenho aqui um plano de obras da cidade, da época do prefeito Coronel Luiz José dos Santos, com detalhes de mapas de diversas regiões, também tenho um grande acervo de flâmulas, que eram muito comuns na década de 60, além de outros documentos históricos e jornais antigos, inclusive, uma das primeiras edições da Tribuna do Norte”, revela.
Com um acervo tão grande, e que aumenta a cada semana, o colecionador conta que já ajudou na composição de alguns pequenos museus na região.
“Aqui em Apucarana tem o museu do Colégio São José, que ajudamos com doações para o acervo, tem o museu do Rio Bom, que também estamos contribuindo e muitos outros na região, fazemos questão de ajudar para preservação da história”, afirmou Silva.
“Fico muito feliz em saber de alguma forma a gente contribui para a preservação das histórias. Aqui na loja, vem muitos pais com filhos, avôs com netos, para mostrar como eram as coisas antigamente, para ter esse resgate, então, eu fico muito feliz porque tem pessoas que ainda valorizam tudo isso”, finalizou o comerciante e colecionador.
Por Aline Andrade