Mais dois apucaranenses presos em Brasília por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro tiveram a liberdade concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira (16). Eles integram o grupo de 129 pessoas que tiveram recursos atendidos pelo magistrado e poderão agora voltar para suas cidades de origem. Por outro lado, dois moradores de Apucarana vão continuar presos no Centro de Detenção Provisória (CDP II), do Complexo da Papuda.
O ministro encerrou a análise de todos os pedidos de liberdade apresentados pelas defesas dos presos por suspeita de envolvimento nos atentados aos Três Poderes. Ao todo, 294 investigados (86 mulheres e 208 homens) vão permanecer detidos em Brasília por ordem de Alexandre de Moraes. São apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que participaram das manifestações antidemocráticas que resultaram na depredação das instalações do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto. Agora, eles terão de buscar outros caminhos jurídicos para deixar a cadeia.
-LEIA MAIS: STF mantém prisão de 294 acusados por atos antidemocráticos
Os dois apucaranenses que tiveram a liberdade concedida na última quinta-feira (16) se juntam a outros oito moradores que já voltaram para Apucarana. Eles foram liberados com uso de tornozeleira eletrônica e precisarão cumprir uma série de restrições, que incluem desde o recolhimento domiciliar noturno, a proibição de usar redes sociais até a exigência de entregar seus passaportes à Justiça.
O advogado Luiz Fernando Vilasboas, que representa 12 apucaranenses presos em Brasília, prepara agora novos recursos para tentar a liberdade dos dois moradores de Apucarana que ainda permanecem na Papuda.
Um desses apucaranenses foi preso em 8 de janeiro, no dia do protesto. Segundo o advogado, o homem sustenta que não estava em nenhum prédio, inclusive fora da Esplanada dos Ministérios. “Ele alega não ter participado dos atos (de depredação), apenas da manifestação pacífica”, afirma o advogado.
O outro apucaranense ainda preso está na mesma situação dos dez moradores da cidade já libertados pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele foi detido no dia 9 de janeiro em frente ao Quartel-General (QG) do Exército. “Estamos providenciando um novo recurso para uma análise mais apurada, visto que o quadro é o mesmo dos outros”, assinala Vilasboas, observando que são inquéritos diferentes para quem foi preso em 8 de janeiro, no dia do protesto, e 9 de janeiro, em frente ao QG.
Por Fernando Klein