O Rally dos Sertões 2019 acabou mais cedo para a dupla de pai e filho da SFI CHIPS Rally Team. A Pajero TR4 ER #336 de Otávio "Marreco" Enz e Allan Enz, paranaenses de Apucarana, quebrou durante uma das mais duras e difíceis especiais de todas as edições da competição – a segunda perna da Maratona, que equivalia a sexta etapa. Na ocasião, eles ocupavam a terceira posição na geral acumulada entre os Production T2 e com ganas de subir na classificação.
A Maratona desta edição dos Sertões foi considerada um dos trechos mais difíceis e puxados de toda a história da competição. Nesta etapa, piloto e navegador não puderam contar com a assistência da equipe no caso de manutenção no veículo, e teriam de usar seus próprios conhecimentos técnicos e mecânicos para a resolução de problemas. Os 330 quilômetros da primeira parte da Maratona foram cumpridos com problemas na suspensão, provavelmente reflexo da quebra da roda correspondente duas etapas antes.
“Tínhamos apenas meia hora para arrumar o carro e conseguimos resolver a tempo, dentro do pátio. Logo no início da prova, perdemos um amortecedor e o carro ficou bem instável e, mesmo assim, conseguimos um ritmo bom dentro do Jalapão. Na saída dele, pegamos um trial muito pesado que fez com que a gente perdesse metade da tração do carro. Decidimos prosseguir e a 120 quilômetros da reta de chegada, e já de noite, furamos um pneu e fizemos a troca muito rapidamente, pois havia pouco tempo para completar a especial e, trinta quilômetros depois, nosso carro ficou neutro e não conseguimos finalizar a especial. Depois de passar a noite no mato, quando nossa equipe veio nos resgatar, no reboque, o eixo traseiro rachou no meio. Ali, sabíamos que era o fim.”, relata Alan.
O navegador revela que a dupla estava bem concentrada em finalizar a prova. “Força de vontade não foi pouca. Desde os primeiros problemas que apareceram, tivemos garra e determinação para resolvê-los, tanto que mesmo com tudo que tínhamos, o resultado tinha começado a aparecer. Infelizmente ficamos no caminho mas não foi por falta de luta. Agradecemos todas mensagens de apoio e carinho que recebemos durante estes dias”, conclui.
“Foi dureza, mas Sertões é isso aí. A gente tinha boas chances de brigar pelo campeonato ao chegar em Aquirraz, mas o carro deu pau durante a maratona de tanto levar pancada. Paciência. Agora é voltar pra casa, avaliar tudo o que fizemos até aqui para voltar com força total em 2020”, afirma Otávio.
A 27ª edição dos Sertões entra para a história como sendo uma das mais difíceis e duras, exigindo alto grau técnico de conhecimento de seus competidores além de veículos resistentes, regulados e em boa manutenção. Os 4.887,59 quilômetros, sendo 2.858,46 em especiais, entre a largada em Campo Grande (MT), em 25 de agosto, e a chegada em Aquirraz (CE) neste domingo, 1º de setembro, foram marcadas por longas especiais, duas delas acima dos 500 quilômetros. A segunda perna da Maratona, entre São Félix do Tocantins (TO) e Bom Jesus (PI) entrou para a história da competição como a mais longa de todas as edições, com os primeiros competidores chegando ao anoitecer do dia. Apesar de boa parte das cidades do roteiro deste Sertões 2019 já ter feito parte da competição em outras edições, foram nove dias de prova (contando o prólogo) intensos e desgastantes, tantos para os conjuntos de pilotos, navegadores e suas máquinas quanto para as equipes de apoio, que seguiram todo o percurso em caravana, junto com a organização do evento, mesmo em trajetos mais “confortáveis”.
Otávio e Allan contam com o patrocínio de Zenz Western, Zenz Bonés e Camisetas, Dalle Bier, Prefeitura de Apucarana, Inusittá, Fiduma e Jeca, V F Premium Beef, Baterias Extranger, Sfi Chips, Rancho Faria, Prefeitura de Costa Rica (MS) e Saneabas.