Faleceu no final da noite desta quinta-feira (10) o empresário do ramo de Baterias, Ananias Bitencourt aos 89 anos. Ananias era casado há 66 anos com Diva Bittencourt e deixa dois filhos, José Carlos e Rosmeire.
O empresário estava internado no Hospital da Providência, em Apucarana. Além da viúva e filhos, ele deixa ainda netos, bisnetos e um grande círculo de amizade. O velório acontece na Capela Mortuária Central de Apucarana e o sepultamento está marcado para as 16 horas desta sexta-feira (11), no Cemitério Cristo Rei.
Uma história de sucesso
Nascido em uma família tradicional de Tibagi, região Central do Paraná, o empresário Ananias Bittencourt, 89 anos, filho do dentista José Balduíno de Sá Bittencourt e da dona de casa e costureira Ana Rosa Camargo Bittencourt, começou a trabalhar cedo junto dos mais 8 irmãos devido às dificuldades financeiras.
Ananias estudou até o primário e aprendeu a ler e escrever. Empreendedor, começou a trabalhar como engraxate, por algum tempo foi auxiliar de alfaiataria. Quando tinha 12 anos, a família mudou para a localidade de Queimados – atualmente no município de Ortigueira – onde o menino vendia pastel e pão.
Dois anos depois, surgiu a oportunidade de trabalhar na empresa Klabin e Ananias seguiu para Fazenda Monte Alegre, atuando inicialmente no plantio de eucalipto e logo depois começou a trabalhar na oficina mecânica da empresa como ajudante, onde iniciou sua aprendizagem como eletricista.
Aceitando um convite de amigos, em 1946, Ananias se mudou para Curitiba e começou a trabalhar como ajudante de mecânica na Agência Ford. Um ano depois, o empresário chegou ao Rio de Janeiro e serviu na Companhia Escola de Manutenção da Vila Militar do Rio de Janeiro.
No Rio iniciou o trabalho como eletricista e seguiu no conserto e montagem de elementos para baterias. Em São Paulo, em 1949, Ananias trabalhou na Industria Matarazzo, onde conheceu e casou em 1951 com Diva da Silva Bittencourt, com quem comemora 66 anos de casamento. O casal teve dois filhos: José Carlos Bittencourt e Rosmeire Bittencourt.
Neste período, o irmão do empresário residia em Borrazópolis e agendou uma entrevista na Agência Ford de Apucarana, na qual Ananias foi convidado a trabalhar. Ananias aceitou e veio com a esposa Diva morar em Apucarana. Em 1958, Ananias sofreu um acidente e caiu do telhado. Foi um período difícil já que ficou afastado do trabalho por 10 meses. O acidente acabou se tornando um divisor de águas na trajetória de Ananias.
Quando se recuperou voltou às atividades sua vaga na Ford estava preenchida. Foi então, que em 1959, Ananias resolveu trabalhar em casa e abriu a empresa a Elétrica Ananias, alugando uma loja na Avenida Curitiba. Um ano depois, construiu um prédio com a loja e um apartamento no andar superior, na esquina da Avenida Curitiba com a Rua Demétrio Moreira, com o nome Auto Elétrica Ananias. Na época, a loja tinha 10 funcionários.
Em 1962, surgiu a ideia de fabricar placas para bateria, após o revendedor das baterias Durex de São Paulo, suspender a venda devido ao problema de duplicata indevida. Por esse erro comprovado, Ananias parou de ser representante empresa e foi convidado para fazer um estágio de 15 dias na fábrica.
Ao observar todo o processo da fábrica, o empresário retornou para Apucarana, criando em 29 de agosto de 1963 as Baterias Ananias – Ponto de partida da fábrica de placas para baterias. Com a alta demanda, três anos depois a empresa fixou endereço para a Vila Nova.
Em 1967, Ananias decidiu mudar o nome da empresa para Eletran, fabricando todos os tipos de baterias automotivas. Em 1979, iniciou o processo de transferência da empresa para um local amplo no distrito do Pirapó, em Apucarana. No ano seguinte, ocorreu a total transferência para o Pirapó – BR-376, Km-365, Parque Industrial Oeste, com 50 funcionários.
Com a mudança para o Pirapó, a fábrica entrou em uma nova fase com investimento em equipamentos e tecnologia, pois até então todo o processo era manual. Hoje, a Eletran gera mais de 250 empregos diretos e mil indiretos.