Casos de violência idosos disparam no município de Apucarana

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 30/08/2017
Idosa foi resgatada de casa após denúncia de maus -tratos - Foto: Colaboração/WhatsApp

Os casos de violência contra o idoso dispararam nos últimos dois meses em Apucarana. Nos meses de julho e agosto, o Serviço de Proteção ao Idoso, da Secretaria de Assistência Social, recebeu 38 denúncias. O número ultrapassa a quantidade de atendimentos registrados em todo primeiro semestre, quando foram 31 registros. 

As ocorrências deste ano já representam 55% do total de registros do ano inteiro de 2016, quando foram feitas 125 intervenções. Casos recentes na região exemplificam a rotina por trás desses números.Na semana passada uma idosa de 96 anos moradora de Cambira, foi resgatada pela Polícia Civil, após denúncias de maus-tratos. Um vídeo do neto fumando maconha e assoprando no rosto da idosa gerou repercussão na internet.

 Tanto o neto, de 18 anos, quanto o filho, de 59 anos, foram detidos e respondem pelos crimes de maus-tratos, lesão corporal e apropriação financeira. Anteontem, um outro caso foi registrado em Jandaia do Sul. Um homem, de 45 anos, foi preso em flagrante por ameaçar o pai, idoso, de morte.A psicóloga Nayara Rodrigues Palogan, do Serviço de Proteção ao Idoso, da Prefeitura de Apucarana, comenta que quando surgem casos que causam grande repercussão é comum, na sequência, surgirem mais denúncias delatando situações similares. 

De acordo com ela, 60% das denúncias que chegam são repassados ao Ministério Público (MP). “Enviamos o caso ao Ministério Público quando as orientações repassadas às famílias não surtem efeitos”, diz.A assistente social da equipe de Serviço Proteção ao Idoso, Eulina da Silva Gonçalves Vicentini, complementa que os familiares, além de orientados pela equipe profissional do Cras, assinam um termo de responsabilidade. 

“Se verificarmos durante o acompanhamento que esse termo não é cumprido, acionamos o Ministério Público para que faça uma notificação”, comenta.Nesses casos, o principal motivo é o desentendimento entre irmãos referentes aos cuidados. “Não assumem a responsabilidade de cuidar dos pais. Acaba deixando para um, que deixa para outro. É um jogo de empurra, que termina com o idoso sem cuidado”, frisa.

Na avaliação da assistente social, os problemas, na maioria das vezes, decorrem primeiramente do isolamento social. “Com o avanço da expectativa de vida, os filhos não conseguiram assumir o papel de ser cuidadores dos pais. Ficam intrínsecos em suas rotinas e não conseguem perceber o isolamento do idoso em casa”, analisa, observando que a equipe trabalha de forma integrada com os serviços disponíveis no município. 

Para evitar o isolamento social, o município oferta várias atividades através das secretarias, como de Esporte, Assistência Social e Saúde.