13 de dezembro é o Dia Nacional do Deficiente Visual. Criado pelo então presidente da República Jânio da Silva Quadros através do Decreto nº 51.405/61 - publicado no Diário Oficial da União em 26 de julho de 1961, a data é celebrada anualmente com diversas atividades focadas nas possibilidades de superação.
O Dia Nacional do Deficiente Visual foi criado em decorrência da necessidade de incentivar o princípio de solidariedade humana, mundialmente estabelecido no princípio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que preserva o direito fundamental de igualdade e solidariedade entre todos dentro da mesma sociedade, sem discriminação e distinção a qualquer nível.
Nos últimos anos houve evolução acentuada no modo como os deficientes visuais vêm sendo tratados pela sociedade e, de fato, foi registrada alguma evolução na legislação e nos métodos de ensino. Entretanto, muito ainda falta para ser feito de forma que a plena inclusão destas pessoas venha a se concretizar - tanto na educação quanto nas atividades cotidianas em geral.
Especialistas no assunto consideram que o Dia do Deficiente Visual, na prática, deveriam ser todos os dias do ano - nos quais as pessoas, com conscientização e simples atitudes cotidianas, vão somando esforços para que tornar a vida do portador de necessidades especiais menos limitada.
Instituto do Cego
Em Apucarana, o Instituto do Cego, fundado em 2 de janeiro de 1985 e atualmente com sede situada na Rua Clóvis da Fonseca, próximo ao Clube 28 de Janeiro, na área central da cidade, tem 31 pessoas matriculadas. De acordo com a professora Rosélia Cordeiro da Silva, entre outras coisas, o instituto, que conta com apoios de Rotary e outros colaboradores, dá apoio pedagógico para que parou de estudar e pretende retornar aos bancos escolares.
"Aqui temos desde alunos que passam pelo processo de alfabetização até universitários. Também disponibilizamos cursos de informática com programa específico para deficientes visuais, orientação de mobilidade com a técnica da bengala e práticas de vida autônoma, como por exemplo, reensinar mulheres portadoras de deficiência visual a cozinhar e cuidar da casa", relata a professora Rosélia.
Música como forma de superação
O aposentado Francisco Augusto de Paulo, de 59 anos, morador no Jardim Milani, em Apucarana, é um daquelas pessoas que parece não ter ter qualquer tipo de problema na vida, apesar se ser deficiente visual desde os oito anos. Considerado um exemplo por familiares, amigos e vizinhos, Francisco relata que nasceu com problema congênito de visão e aos oito a perdeu totalmente.
Fé em Deus e amor da família
"Recebo uma pensão que era do meu pai e moro com um irmã e uma cunhado e meus familiares e amigos me ajudam muito", destaca. Ele conta que fez da música uma válvula de escape para superar a falta de visão.
"É muito divertido quando pego minha viola para cantar, pois desta forma posso passar alegria para outras pessoas. Toco e canto em festas, eventos em escolas e na igreja. Assim vou levando a vida, pois com fé em Deus e amor da família e dos amigos fica tudo mais fácil"