Artes marciais auxiliam trabalho de policiais em Apucarana

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 21/11/2016
Os profissionais da Polícia Civil, Polícia Militar, Rotam, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros, participam desde 2013 de aulas. Foto: Sérgio Rodrigo

Popular no octógono do MMA, o jiu-jitsu vem sendo empregado há algum tempo como importante instrumento no auxílio do trabalho de policiais. Em Apucarana, apesar do treinamento não ser obrigatório, cerca de 30 policiais, entre eles, duas mulheres, buscam aperfeiçoamento na arte marcial.

Os profissionais da Polícia Civil, Polícia Militar, Rotam, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros, participam desde 2013 de aulas diárias com o professor e atleta Júlio César Guadanhini, de Apucarana.

Ministrando aulas de jiu-jitsu e MMA para policiais desde 2013, Júlio garante que os treinos de luta trazem melhoras físicas, mentais e sociais. “A luta alivia o estresse, além de gastar energia, fortalecer o corpo e a mente sem perceber”, acrescenta. Entre os policiais, está o soldado da Rotam e atleta Rafael Teixeira Dias, 28 anos, que pratica jiu-jitsu há 5 anos e treina MMA há 10. Para ele, a arte marcial entra como um ponto positivo em situações em que a arma de fogo é desnecessária. 

Teixeira cita o exemplo de um dia em que estava fora do horário de serviço e teve que imobilizar um ladrão no meio da rua. “Tem que saber bem a hora em que não há necessidade de usar arma”, explica. A auxiliar de comunicação social da corporação, Jéssica Aline Pinto, 25, do 10º Batalhão, é uma das mulheres que participam dos treinos. Após um período desligada das aulas, ela retornou há um ano e acredita que as técnicas da luta acrescentem nas ocorrências. “Recentemente estávamos abordando um grupo de 10 pessoas, um número maior do que a gente estava. Um dos rapazes tentou fugir e eu consegui conter um com um ‘mata leão’”, conta.

O sargento Donizete Nunes, 40 anos, está na corporação há 22 anos, mas começou a treinar jiu-jitsu há 4. Antes, ele praticava corrida, musculação e natação. Porém, ele acredita que a luta trouxe ainda mais benefícios à saúde, além de auxiliar em situações em que a arma de fogo não é recomendada. “A diferença foi visível na minha saúde. 

O teste físico que fazemos periodicamente foi totalmente diferente após começar a luta”, ressalta. Outro policial que aderiu as técnicas do jiu-jitsu na rotina foi o investigador da Polícia Civil, Rômulo Cardoso, 30. Ele treina há 5 anos e diz que a imobilização, principalmente, faz a diferença em algumas situações. Além disso, o policial civil conta descarregar a carga de estresse durante os treinos. “Saio renovado das aulas”, explica o policial, que treina mais de 3 vezes por semana durante uma hora e meia. 

Treinos
Os treinos de jiu-jitsu têm total aprovação do tenente coronel José Francisco Cardoso, comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar (BPM), de Apucarana. “Vivemos em uma sociedade violenta e as pessoas se agridem as outras gratuitamente. Nosso objetivo é resolver conflitos com menos armas letais e mais conversa e uso de técnicas da arte marcial”, acrescenta. Além disso, o coronel acredita que os treinamentos proporcionem mais qualidade de vida aos policiais. “Eles têm menos problemas psicológicos e acabam tendo mais saúde, já que estão praticando um esporte”, reforça.