Imóvel vazio vira ponto de encontro de andarilhos

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 28/05/2015
Segundo comerciantes, movimento de andarilhos é maior à noite (Foto: Delair Garcia)

Comerciantes estão incomodados com a permanência de usuários de drogas e moradores de ruas em um imóvel desocupado, na Avenida Curitiba, no centro de Apucarana. O prédio - onde funcionava a concessionária Paranamotor -, segundo os vizinhos, tem grande movimentação, principalmente durante à noite.

A auxiliar de caixa, Edna de Deus, trabalha em um supermercado localizado em frente ao prédio e conta que muitos mendigos passam as noites no local. “Quando eu chego de manhã vejo muitas pessoas dormindo ali”, reitera.

Um comerciante que pediu para não ter o nome divulgado conta que muitos trabalhadores que atuam nos arredores estão inseguros. “Dias atrás começaram a brigar no meio da rua e até pararam o trânsito. Isso deixou muita gente assustada. Percebo que muitos atravessam a rua para não passar na frente”, afirma.

A vendedora Pâmela Íris Morial, que trabalha em uma loja nas imediações, denuncia ainda a presença de crianças. “Tem uma usuária de drogas que leva os quatro filhos, três com idades entre 2 a 4 anos. A situação dessas crianças preocupa porque elas convivem com bêbados e drogados e podem sofrer alguma violência”, alerta.

Outro comerciante, que atua na Avenida Carlos Schimidt, teme pela segurança da população e solicita que o proprietário cerque o imóvel para impedir a entrada. “Não é preconceito, mas a presença deles acaba marginalizando a região e afastando as pessoas. Tem muitos pedestres que nem passam por ali por causa do mau cheiro e também por medo”, comenta o comerciante que preferiu não se identificar.

A Secretaria Municipal de Assistência Social confirma que recebeu denúncias sobre a permanência de pessoas em situação de rua no prédio inativo. De acordo com a superintendente da pasta Sueli Cebrian Kaminski, equipes de abordagem do Centro Pop e do Conselho Tutelar foram até o local, no entanto, nem todos aceitaram a ajuda.

“O trabalho com pessoas em situação de rua é bastante complicado porque não tem como obrigá-las a aceitar ajuda. Por mais que tenha um serviço de acolhimento, quando estão no Centro Pop essas pessoas não podem usar drogas e têm de respeitar os horários. Ou seja, elas não têm a liberdade que a rua oferece e acabam retornando à condição anterior”.

A reportagem tentou contato por telefone com um dos proprietários do imóvel, no entanto, não obteve retorno.