Impasse na desapropriação atrasa duplicação no ‘Pirapó’

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 01/04/2015
O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), informou ontem que 90% dos proprietários dos 38 imóveis afetados pelo pela obra aceitaram a proposta de remuneração feita pelo Governo do Estado - Foto: Sérgio Rodrigo

Um impasse no processo de desapropriação dos terrenos às margens da BR-376, no Distrito de Pirapó, deve atrasar ainda mais a conclusão das obras de duplicação entre Apucarana e Jandaia do Sul. O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), informou ontem que 90% dos proprietários dos 38 imóveis afetados pelo pela obra aceitaram a proposta de remuneração feita pelo Governo do Estado.

O restante recusou a primeira oferta e pede outros valores. O DER informa que, caso não haja acordo com os 10%, as desapropriações podem parar na Justiça. O valor das indenizações é estimado em R$ 500 mil. A obra no distrito está parada há três anos. Além da duplicação, está prevista a construção de um viaduto que permitirá o cruzamento da rodovia e o acesso ao distrito em desnível. Esta é uma reivindicação antiga dos moradores que exigem melhorias no trevo, ponto onde muitos acidentes são registrados, devido ao grande fluxo de veículos.

O departamento adianta que nas próximas semanas enviará equipe técnica para negociar pessoalmente com os proprietários. Na oportunidade, eles também vão conversar com os donos de imóveis já acertados para definir o cronograma de pagamento. Caso todos os proprietários dos imóveis envolvidos aceitem a proposta, ainda há uma etapa burocrática pela frente. Esta fase pode demorar cerca de seis meses e, só então, a obra será finalmente iniciada. O DER estima que a conclusão dos trabalhos podem levar um ano.

REIVINDICAÇÃO

Na tentativa de pressionar os responsáveis pela demora para o início das obras, a dona de casa Carmem Bilar Serea, moradora do distrito, decidiu mobilizar a população por meio de um abaixo assinado com mais de 1,5 mil assinaturas. Contudo, após o encaminhamento do documento ao Ministério Público (MP) em dezembro do ano passado, a dona de casa não obteve mais informações sobre o andamento do caso.  “Tomei esta iniciativa para tentar mostrar a indignação e a revolta dos moradores com esta demora. Existe uma grande dificuldade no acesso ao distrito e isso gera muita preocupação por causa dos acidentes que acontecem frequentemente.

O povo não devia pagar por isso. Devia haver alguma autorização para que a obra fosse concluída porque é uma questão de segurança pública”, ressalta a dona de casa.

ATRASOS

Além do perigo, o trevo também causa transtornos à quem tem horário a cumprir. A atendente Luana Borges de Oliveira, 18 anos, cursa História em Mandaguari e chega atrasada frequentemente na faculdade. “É uma rodovia muito movimentada, com tráfego pesado principalmente de caminhões. Tenho que esperar muito tempo para atravessar a pista. Se o viaduto estivesse pronto não haveria este problema”, comenta a estudante.  Diante da revolta e insatisfação da população, o subprefeito do distrito, Francisley Preto Godoi, o Poim, disse que vai encaminhar um ofício ao chefe da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano (Sedu), solicitando medidas urgentes. “Passou da hora para esta obra ficar pronta. Ou vão esperar morrer mais gente ainda?”, indaga o subprefeito.