Cervejas especiais ganham mercado na região

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 20/10/2014
"Um dos fatores segundo fator é a facilidade de acesso que o consumidor tem hoje de encontrar o produto nas grandes redes", afirma o gestor de negócios do Super Muffato, Rodrigo Moura - Fotos: Sérgio Rodrigo

No mercado de cervejas, o segmento de rótulos ‘premium’ é o que mais cresce. Segundo dados do instituto Nielsen, de 2009 a 2013, a participação de mercado de cervejas especiais saltou de 7% para 10,5%. Em Apucarana, estabelecimentos que ofertam esses produtos em suas gôndolas têm registrado crescimento ainda maior, na ordem de 20%.

O gestor de negócios do Super Muffato, Rodrigo Moura, atribui esse crescimento a dois fatores primordiais. “O primeiro fator é o ‘boom’ das microcervejarias, que se espalharam pelo Brasil nos últimos anos. Essas cervejas artesanais já representam 60% das cervejas especiais ofertadas, superando as importadas, que já foram maioria nas gôndolas. O segundo fator é a facilidade de acesso que o consumidor tem hoje de encontrar o produto nas grandes redes de supermercados. Só o Muffato tem 170 rótulos de cervejas especiais”, conta. 

Ele acredita que o paladar do consumidor tem ficado mais exigente. “O consumidor tem procurado mais pelos produtos premium, fato confirmado pelo aumento das vendas das cervejas especiais. Além disso, a bebida raramente é vendida sozinha, pois os consumidores buscam por produtos gourmet que possam acompanhar o consumo das bebidas”.

Gerente do Supermercado Condor, José Márcio Barbosa explica que o produto não é vendido em grandes quantidades, como a cerveja tradicional. “Além do preço ser mais alto, o sabor é mais forte. Por isso as compras são feitas em menor quantidade. Mas essas cervejas têm um processo de elaboração diferenciado e alto valor agregado, por isso conquistaram um público específico”. Cervejas artesanais, de long necks a garrafas de 600 ml, podem custar de R$ 10 a R$ 30, dependendo da marca. 

Proprietário de uma lanchonete em Apucarana, Antônio Marcos Cardoso afirma que cervejas da linha premium têm um sabor diferenciado. “É uma cerveja que tem que saber beber. Quem não está acostumado acaba estranhando, achando ruim. Não é como as cervejas tradicionais, você não bebe em grandes quantidades. Esse tipo de cerveja é para ser degustada”, afirma.

O designer gráfico Carlos Eduardo Beitum concorda. “Cada cerveja é feita de uma maneira diferente e a experiência de tomar algo muitas vezes vindo de uma cultura diferente é o que vale. Cada lugar tem as suas particularidades e é interessante poder tomar essas variações de cerveja. Além disso, as cervejas brasileiras são feitas com milho, o que não é aceito nos principais países produtores”, ressalta.