Polícia teme megarrebelião do PCC

Autor: Da Redação,
sábado, 01/03/2014
Ministério Público Federal denuncia PCC por ligação com máfia italiana  - Foto: Arquivo

A notícia da possível transferência de quatro líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) elevou ainda mais o clima de tensão nesta sexta-feira (28) em Presidente Venceslau, onde estão detidos os líderes da facção criminosa, na P2. O receio é de que a facção ordene rebeliões em unidades controladas por ela, caso seus líderes sejam mesmo levados para o regime de prisão mais rígido.

O pedido de transferência de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, Cláudio Barbará da Silva, Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, e Luiz Eduardo Marcondes Machado, o Du Bela Vista, seria feito na sexta-feira pelas Secretarias de Segurança Pública e de Administração Penitenciária. A decisão foi anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) após a divulgação de um plano de fuga audacioso, com uso de dois helicópteros, que o PCC havia planejado para este sábado (1º).

Oficiais da PM, representantes do Ministério Público, agentes penitenciários e sindicalistas afirmaram que a possibilidade de motins ou de uma megarrebelião em presídios controlados pelo PCC deve ser levada a sério, e pode ser facilitada pelos horários de visita, mantidos para este sábado e domingo, pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). "A segurança fica mais sensível porque as visitas dentro das unidades podem ser tomadas como reféns para a realização de motins", disse um oficial da PM. Ele revelou que o efetivo foi reforçado com homens de outras cidades e com a ajuda do Comando de Operações Especiais (COE).

Segundo um promotor, se a Justiça tivesse cumprido os pedidos de transferência de 35 líderes da facção, feitos pelo Ministério Público em outubro, a situação seria outra. "Este plano nem existiria", disse.

A Secretaria Estadual da Segurança Pública encaminhou na sexta-feira (28) ofício à Justiça para a transferência de Marcola, líder da quadrilha que age dentro e fora dos presídios paulistas, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). A informação foi dada pelo secretário Fernando Grella Vieira, durante visita com o governador Geraldo Alckmin a Campinas. Segundo Grella Vieira, a expectativa é de que a resposta do juiz de execuções seja dada nos próximos dias. "Não se pode transferir qualquer preso sem a autorização da Justiça", disse.

O secretário afirmou também que a inteligência da polícia já trabalha no sentido de evitar eventual motins em presídios por causa da transferência.