Uma série de denúncias de maus tratos contra animais levou a Polícia Civil, com apoio da Vigilância Sanitária Municipal e Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), a interditar parcialmente, ontem, uma casa veterinária localizada à Avenida Curitiba, no centro de Apucarana. Agentes aprenderam documentos, computador e materiais com data de validade vencida e ainda constataram a prática ilegal de cirurgias. O proprietário do estabelecimento, o veterinário Henrique Aurélio Maronez, 32 anos, foi preso em flagrante pela venda irregular de medicamentos e ração e pode responder ainda pelo crime de crueldade contra animais.
O delegado José Aparecido Jacovós, chefe da 17ª Subdivisão Policial, conta que as investigações partiram de denúncias de que os animais alojados na Central dos Bichos eram vítimas de maus tratos. A polícia teve acesso a um vídeo contendo imagens de animais sendo agredidos pelo proprietário durante procedimento de banho (confira o vídeo no www.tnonline.com.br). Segundo o delegado foram várias denúncias de maus tratos, principalmente de ex-clientes.
“O proprietário alega que está administrando a empresa sozinho e que podem ter ocorrido falhas, como as rações vencidas, mas que não está agindo intencionalmente. Vamos entrar em contato com o Conselho Regional de Veterinária para que eles também tomem as providências cabíveis”, informa o delegado-chefe.
Durante vistoria, os agentes da Vigilância Sanitária e Seab recolheram medicamentos e rações com as datas de validade vencidas além de identificar materiais hospitalares despejados irregularmente no lixo comum.
"Encontramos seringas e frascos de medicamentos misturados com o lixo comum, o que é proibido. É preciso contratar uma empresa especializada para recolher de material perfuro-cortante. O despejo irregular coloca em risco a saúde das pessoas", disse o superintendente da Vigilância sanitária Aguinaldo Ribeiro.
As equipes também recolheram instrumentos cirúrgicos utilizados para procedimentos em animais. “O local não possui licenciamento para atuar como clínica veterinária. Qualquer procedimento cirúrgico realizado neste estabelecimento ocorria de forma ilegal”, frisa Ribeiro.
O dono do pet shop foi autuado pelo descarte irregular de material hospitalar, armazenamento de produtos e medicamentos vencidos. A empresa foi parcialmente interditada. Um relatório também será encaminhado ao Conselho Regional de Medicina Veterinária.